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Mônica Sayuri Hokama & Yasmin Latif (Curso Tecnólogo em Design de Moda - Universidade São Francisco) Professora orientadora Dra Luciana Bracarense, doutora, Universidade São Francisco Trajes de Cena e o Feminino Oriental: uma leitura dos ballets Madame Butterfly e Sherazade Introdução O presente estudo pretende fazer uma análise dos trajes de cena das protagonistas dos ballets Madame Butterfly e Sherazade visando perceber quais as identidades culturais femininas, japonesa e árabe, são refletidas no figurino criado para ambas as obras. A escolha do tema se deu por dois motivos essenciais: primeiro pela proximidade cultural das autoras e segundo pelas semelhanças das mulheres nas duas culturas, no que diz respeito à resignação do gênero e sua feminilidade. Tanto a japonesa quanto a árabe, apesar do exímio cuidado com a maquiagem, cabelos e vestes, trazem o corpo reprimido pelas vestimentas, o que é refletido na gestualidade nas maneiras recatadas e contidas dessas mulheres. O quimono, inspirado nos chineses, símbolo significativo da cultura japonesa é exemplo claro do rigor desses padrões, já que sua estrutura é composta de várias camadas de tecido e amarrações, tendo como propósito esconder os contornos do corpo feminino e dificultar movimentos bruscos, conservando uma série de protocolos e rituais. Também as abayas usadas pelas árabes têm a finalidade de não marcar o corpo feminino, uma vez que sua modelagem é mais solta. Ambas as vestimentas expressam a necessidade de reserva dos contornos femininos existentes nas duas culturas. Resumo das obras Madame Butterfly Madame Butterfly é uma comovente ópera de Puccini que conta a história de uma gueixa que, no fim do século XIX início do século XX em Nagasaki, abre mão da família, da religião, dos costumes para viver um grande amor com um marinheiro americano. Cio-Cio-San, Madame Butterfly, se casa com o tenente da marinha dos Estados Unidos Pinkerton e se entrega por inteiro a esse homem, que não queria nada além do que ocupar seu tempo enquanto permanecia na cidade, uma prática recorrente em que os marinheiros costumavam se casar com diferentes mulheres nos lugares em que viviam, sem a pretensão de assumir por definitivo a relação. E em Madame Butterfly, a condução não é diferente, o casamento se dá em termos muito obscuros, pois o matrimônio só tem validade no Japão, ou seja, se o tenente, ao retornar para os Estados Unidos, decidir casar com outra jovem, isso é absolutamente possível. E é isso que acontece, Cio-Cio junto com seu filho é abandonada pelo marido e fica na eterna espera de seu retorno. Quando Pinkerton volta a encontrá-la, aparece casado com uma mulher americana e leva o filho com ele para os Estados Unidos. Por fim, envergonhada, rejeitada e enganada, Madame Butterfly se mata. Sherazade Sherazade é uma bela e inteligente moça que nas Mil e Uma Noites desposa um poderoso rei que tem o hábito de, dia após dia, matar suas esposas na manhã seguinte à noite nupcial. E essa prática se consolida durante muitas noites e manhãs. Até que Sherazade, filha do vizir encarregado de matar as moças, se oferece em matrimônio. Astuta a jovem se propõe a acabar com o sofrimento de tantas moças. Ela cria um estratagema: a cada noite depois de ter saciado o rei, o casal recebe a visita da irmã mais jovem de Sherazade que vem lhe pedir uma história que era iniciada a noite, mas só seria concluída na noite seguinte, para então iniciar uma outra e assim sucessivamente. Até que depois das mil e uma noites o rei encantado pela jovem e suas histórias se apaixona, encerrando o ciclo de mortes. Metodologia e discussão A pesquisa teve início com a escolha do tema Moda e Cultura, em seguida foram realizadas pesquisas a respeito das duas culturas árabe e japonesa e dos ballets Madame Butterfly e Sherazade, em fontes bibliográficas e meios eletrônicos (internet). Após essas pesquisas feitas, foram identificadas as semelhanças entre as duas culturas, especificamente em referencia aos trajes femininos. Após essas etapas iniciamos a redação deste trabalho. Diante do estudo acima proposto é possível perceber as características das culturas nos trajes de cena dos dois ballets estudados, principalmente por serem as duas personagens tradução das culturas japonesa e árabe. Madame Butterfly e Sherazade são ícones dessa resignação ao mesmo tempo que trazem um feminino que encanta e renova o masculino. E o traje de cena por se tratar da figurativização e da personificação mais concreta das personagens nos permite perceber essas nuances culturais, que guardadas suas especificidades enquanto a qualidade de uma coletividade (CHAUI, 2009, p. 244), traz semelhanças quanto ao feminino nas duas culturas. O estudo dos trajes teve como metodologia uma leitura comparativa e simbólica - cor e forma - entre os figurinos usados nos ballets Madame Butterfly na montagem londrina de 2006 e Sherazade na montagem russa de 2008, e as tradições quanto ao feminino nas duas culturas, guardadas as questões temporais. Isto é, respeitando a época em que se deram as narrativas. Quanto ao critério de escolha das montagens, esse se estabeleceu pela proximidade dos trajes com as hipóteses levantadas pelas autoras de que as protagonistas das duas obras se formulam num feminino que se complementa pela presença do outro, o que significa dizer que são mulheres que se constituem num jogo de reflexos entre mulher/homem, a composição das personagens na narrativa necessita da existência do outro. Durante a pesquisa foi possível perceber que os ballets Madame Butterfly e Sherazade preservam essa identificação cultural. Em Madame Butterfly se feita uma leitura simbólica do traje de cena, em anexo, há elementos que remetem ao significado dos quimonos quanto à submissão e à feminilidade da mulher japonesa características constantes na obra aqui discutida, há a presença exagerada de tecidos cobrindo por completo o corpo da bailarina e compondo seus movimentos, bem um contraste entre o branco e o vermelho simbolizando respectivamente a delicadeza da personagem (gueixa) e a dor e doação sofridos por ela no decorrer da história causados pelo abandono do homem que ama e sua eterna espera, uma mulher que vive à sombra do outro e pelo outro. Em Sherazade, apesar de muitas vezes as Mil e Uma Noites nos remeter à sensualidade, é a inteligência e cultura, nas narrativas, da personagem que encantam o sultão, portanto suas vestes apesar de toda a feminilidade expressa no dourado, nos bordados e pedrarias traz cores suaves envolventes como a contadora de histórias. O traje da montagem russa conserva o corpo coberto em tecidos leves e bufantes em tons que variam entre os rosados e azuis, assim o figurino não marca os contornos da bailarina quanto à sua modelagem e encaminha para o mundo onírico e lúdico no que diz respeito às cores. Enfim, essas são mulheres que conservam características essenciais do feminino oriental, exemplo de obediência e graciosidade. E essa personificação se exprime no seu comportamento, mas também nos trajes que as envolvem. Palavras-chave: Traje de cena. Ballet. Feminino Oriental. Referências Bibliográficas: BRACARENSE, Luciana & SALLA, Fernando. Fragmentos de Memória. São Paulo: LPB, 2009. BRAGA, João. História da Moda. São Paulo: Anhembi Morumbi, 2007. CHAI, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2009. CHEVALIER, Jean e GHEERBRANT, Alain. Dicionário de Símbolos. Rio de Janeiro: José Olympio, 2006. http://www.danceviewtimes.com : In the Wake of Diaghilev (acesso em 06/04/2010) http://www.ballet.co.uk : Northern Ballet theatre Madame Butterfly (acesso em 06/04/2010)

Source: http://www.coloquiomoda.com.br/anais/anais/6-Coloquio-de-Moda_2010/68712_Trajes_de_Cena_e_o_Feminino_Oriental_-_uma_leitura_dos.pdf

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Revista Universidad de Caldas, Enero - Diciembre 2006, págs. 89 - 103 SERPOCAULON A.R. SM. (POLYPODIACEAE L.), UNA REVISIÓN AL GÉNERO DE HELECHOS CON FORMA DE SERPIENTE David Sanín* Abstract Desde 1820 la familia Polypodiaceae, ha sufrido SERPOCAULON A.R. SM. una serie de segregaciones taxonómicas a todo (POLYPODIACEAE), A REVIEW nivel. Actualmente es g

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