“a influÊncia da mÍdia na formaÇÃo da imagem do profissional de educaÇÃo fÍsica”

A INFLUÊNCIA DA MÍDIA NA FORMAÇÃO DA IMAGEM DO
PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA
The media’s influence in the formation of the image of the professional of Physical Rafael de Assis
Thabata Santos Ventura
CCBS - Centro de Ciências Biológicas e da Saúde Universidade Presbiteriana Mackenzie Este estudo visa identificar a imagem do profissional de Educação Física que vem sendo apresentada na mídia. Para isso foi feita uma análise de conteúdo a partir da análise de duas revistas semanais de grande circulação em São Paulo, publicadas entre janeiro e junho de 2007. Foram selecionados artigos que tratassem sobre esporte, educação física e atividade física. Ao todo foram consultadas 46 revistas e encontrados 70 artigos, notas ou comentários relacionados a temas de interesse da Educação Física. Notou-se que a imagem do profissional pouco apareceu nos artigos consultados e em muitas vezes outros profissionais respondem como especialistas em assuntos relacionados à área de estudo e atuação do profissional de Educação Física. Desta forma não fica claro para a sociedade o papel do profissional como auxiliar no processo de socialização das pessoas. Palavras chave: Mídia, Educação Física, Papel profissional. ABSTRACT
This study aims to identify the image of the Physical Education’s professional that comes being presented in the media. For this, an analysis of content from the analysis of two weekly magazines of great circulation in São Paulo was made, published between January and June of 2007. Articles that treated on sport, physical education and physical activity had been selected. To 46 magazines and found 70 articles, related notes or commentaries had been all consulted the subjects of interest of the Physical Education. One noticed that the image of the professional appeared just a few times at the consulted articles and in many times other professionals answer as specialists in subjects related to the area of study and performance of the professional of Physical Education. In such a way it’s not clearly for the society the professional’s role as to assist in the process of the people’s socialization. Keywords: Media, Physical Education, Professional Role INTRODUÇÃO
Cada vez mais, informações e discussões sobre esporte e atividade física vêm sendo divulgadas à sociedade, que é atraída por imagens relacionadas à saúde, corpo, competição, paixão e nacionalismo (MAZO E GOELLNER, 1990, p.9). Essa difusão de informações tem como maiores responsáveis os veículos de comunicação de massa, que segundo Betti (1998, p 9) em seu estudo sobre televisão e educação física, têm promovido uma “espetacularização” do esporte, que hoje está mais ligado ao consumo do que a prática de modalidades. Não é raro a imagem e assuntos relacionados ao esporte aparecerem na mídia, tanto em programas, jornais e revistas específicos, como também em propagandas, novelas, filmes, desenhos animados. Se por um lado há a vantagem de uma maior divulgação das práticas esportivas, novas modalidades, forma correta de praticar exercícios, que podem gerar maior adesão, por outro lado percebemos falta de rigor e comprometimento com as informações passadas, que vem a provocar uma distorção da intenção e realidade do esporte, e que segundo Betti (1999), se sobrepõe pela baixa capacidade crítica da maioria dos receptores. Um exemplo disso é o que constataram Santos e Tenucci (2004, p.27), sobre a grande associação de atletas e eventos esportivos ao marketing de bebidas alcoólicas, principalmente na Austrália. “Isso porque esse tipo de marketing dá uma sanção informal e suporta a idéia de que o consumo de álcool é viril, saudável, conduz ao sucesso”, já que “(.) parece haver um consenso que indivíduos envolvidos em atividades esportivas são mais saudáveis e mais preocupados com seu bem-estar.” Essas propagandas de bebidas alcoólicas “tornam-se cada vez mais atrativas para crianças entre 10 e 14 anos. Adolescentes até os 16 anos tendem a acreditar que os comerciais de cerveja promovem masculinidade, sociabilização e valores da classe trabalhadora” (SANTOS E TINUCCI, 2004, p. 27). Até há alguns anos, antes de terem a divulgação proibida, as propagandas de cigarro entremeavam o uso do tabaco à sensação de liberdade, autonomia e bem-estar da prática A atividade física também tem sido atualmente diretamente relacionada ao culto do corpo belo e ideal, principalmente na mídia impressa. Tem-se estabelecido um modelo corporal padrão e subtende-se que aqueles que conseguirem segui-lo serão símbolos de pessoas saudáveis, com boa forma e qualidade de vida. (.) o corpo musculoso, sarado, restrito a uma parcela muito pequena da sociedade, limitada principalmente pela condição financeira. Porém é esse corpo que serve de padrão, norma de beleza, modelo e sinônimo de saúde e higiene Esse apelo ao corpo bonito, magro e ideal tem atingido cada vez mais aos jovens, em especial às adolescentes. Um fato polêmico na atualidade são as mortes que vêm ocorrendo principalmente no “mundo da moda”, de modelos que sofrem de distúrbios alimentares almejando alcançar o padrão corporal necessário para esses trabalhos. Segundo Maldonado (2000, p. 63), em seu estudo comparativo entre duas revistas voltadas ao público feminino, “essas revistas usam mulheres na capa com um padrão europeu. Asiáticas, negras e pardas são ignoradas. A garota da capa tem sempre o mesmo padrão corporal, repetido mês a mês”. Para a autora, os meios impressos analisados “respondem certamente a uma necessidade da leitora, oferecendo a ela este corpo imaginário, este ideal a atingir”. Betti (1999, p.216), afirma que a mídia (a televisão em especial) torna o esporte fator de espetacularização. Há muita “falação” sobre jogos (de futebol, na maioria das vezes), sobre jogadores, técnicos, seus erros, acertos, salários, suas vidas pessoais, enfim, “a falação informa sobre literalmente tudo” (BETTI, 1998, p.68), e muitas vezes deixa-se de enaltecer fatos e informações mais importantes, como por exemplo, a divulgação de uma nova modalidade esportiva. Diante desse quadro, percebemos o quanto a mídia pode influenciar no comportamento das pessoas. Para a sociologia, as atitudes humanas são resultados de suas crenças, valores, conhecimentos, normas, que são frutos dos códigos sociais, do seu processo de socialização. Apesar de serem responsáveis pelas suas atitudes, as pessoas, dependendo de fatores sociais, do seu nível de análise crítica, do contexto em que vivem, podem vir a ser influenciadas pelo apelo midiático e formar opiniões, crenças e valores sobre o esporte, e que como já vimos, podem não A mídia, dada sua capacidade de filtrar os eventos e de atirar imagens sobre as pessoas, se transformou, nas últimas décadas do século XX e início do século XXI, na grande chave utilizada pela sociedade para desvendar o mundo e criar seus códigos Desse modo, como o esporte e atividade física têm um importante significado na atual sociedade tendo se tornado populares e penetrantes no cotidiano do homem moderno, há também uma maior demanda por serviços especializados nessa área, cabendo ao profissional de Educação Física o papel de desempenhar essas atividades com a sociedade, incorporando não só os atributos físicos, mas os valores que podem ser demonstrados nessas atividades. Porém com o poder que a mídia tem de expor opiniões, preocupamo-nos com a imagem e repercussão que a mídia possa empregar a essa classe profissional e assim o julgamento da sociedade. Nesse contexto, chegamos à reflexão sobre qual seria então a imagem do profissional de educação física que vem sendo vinculada pela mídia, se é que em meio a toda essa especulação sobre esportes fala-se sobre o profissional e a importância do seu papel social na sua intervenção e orientação de práticas esportivas. Quais serão os possíveis desdobramentos de uma imagem formada equivocadamente do profissional pela sociedade na sua atuação profissional? O PAPEL DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA
Ao nos questionarmos sobre qual seria a imagem do profissional de Educação Física que vem sendo divulgada pela mídia, é porque temos a preocupação de como a sociedade vê o profissional e se considera relevante a prestação de serviços na área, uma vez que, como uma profissão, a Educação Física existe para prestar o melhor serviço possível à sociedade. (BARROS, 1993, p.12 ). A sociedade não tem clareza sobre os serviços prestados pelo profissional da área, que por vezes é considerado como aquele que se preocupa apenas com o corpo, seja por motivos estéticos ou de saúde. Nesse sentido, muitas vezes exige- se dele aptidão e habilidade para a execução de movimentos como credenciais para uma intervenção profissional competente. (2002 p. 40) O que se nota também é que apesar de ser grande o número de profissionais que hoje atuam nos mais diversos ramos , como academias , acampamentos , clubes , como personal trainner , treinador , ainda é comum o profissional ser associado somente como o professor de ensino fundamental e médio, e não raro visto como funcionário público , com estabilidade no emprego, que por conta disso executa seu Em contrapartida, nos deparamos com um quadro em que os próprios profissionais e graduandos em Educação Física não apresentam clareza e consenso sobre quais seriam a importância dessa profissão para a sociedade e seus saberes específicos. Segundo Massa (2002) a chamada crise de identidade pela qual atravessa a Educação Física tem gerado discussões sobre a caracterização acadêmica e profissional sem encontrar coesão para serem tomadas medidas cabíveis para resolver esses problemas. O autor questiona a falta de caracterização acadêmica da Educação Física, por não apresentar objeto de estudo específico, e sempre encontrar respostas voltadas a ciências mães, além da utilização de diferentes terminologias para tentar defini-la (Massa, 2002). Essa crise de identidade vem ocorrendo desde a década de 80, quando surge a preocupação com a caracterização do campo de conhecimento em Educação Física, relacionada com a necessidade de justificar a presença da mesma na Universidade (VERENGUER, 2004). Sobre essa crise Verenguer (2004, p. 126) diz que “(.) foi preciso encontrar caminhos para romper a estagnação e provocar mudanças no sentido de justificar a presença da Educação Física no ambiente universitário (.)”. Segundo a autora o caminho foi ampliar o exercício da pesquisa na área, aproveitando o Know-how científico das áreas consolidadas academicamente. Porém no final da década de 1990 percebeu-se que o conhecimento produzido respondeu às necessidades das ciências mães, e não contribuiu para instrumentalizar a intervenção profissional, daí o estado de mal-estar (VERENGUER, 2004). Nesse ambiente de reflexão e crítica passou-se a repensar a preparação profissional relacionada à formação do licenciado em Educação Física, que era a única opção até então. Porém o mercado de trabalho se ampliava para outras áreas de atuação que não a escolar, e segundo críticas sobre o conteúdo curricular desses cursos, formaria um profissional que atuaria de forma superficial nas demais áreas. Sobre as críticas à Licenciatura, Verenguer destaca: (1) Os cursos formam, devido sua abordagem essencialmente técnica, pseudo- professores ou licenciados com características de técnico esportivo e (2) como única opção de graduação forma, de maneira superficial, recursos humanos para atuarem nas áreas do Esporte, da Dança e do Lazer/Recreação. (1996, Neste contexto é criado, em 1987, o curso de Bacharelado em Educação Física, que formaria o profissional, que segundo Barros (1996, p. 49) deve ter a preocupação com a inclusão de todos os aspectos do movimento, exercícios físicos, esportes e suas inter-relações. E a Licenciatura formaria o professor. Percebemos então, que por conta dessa subdivisão da área, a visão do papel do profissional de Educação Física e os objetivos dela, segundo alguns autores podem variar conforme o campo de atuação a que se referem. Betti e Rangel-Betti (1996, p. 11) dizem que concretamente, o profissional de Educação Física é aquele que “planeja, executa e avalia programas de atividades corporais para clientelas diversas, em diferentes organizações e com múltiplos O termo Educação Física refere-se aos conhecimentos sistematizados sobre o movimento humano, conhecimento este que deve capacitar o aluno/ cliente para, com autonomia, otimizar suas potencialidades e possibilidades de movimentos para se regular, interagir e transformar o meio ambiente em busca de uma melhor qualidade de vida. (2004, p. 111) A Educação física pode ser entendida como um vasto campo de conhecimento, onde o ser humano é o eixo principal de estudo e seu movimento é fator essencial para a sua expressão no meio social. (.) ela pode ser vista como mecanismo de criação de valores técnicos, materiais e espirituais construídos empírica ou cientificamente. O resultado de sua atuação é representado pelo estado de saúde, longevidade, capacidade física e intelectual dos indivíduos na realização das tarefas relacionadas com Dentro da escola, a Educação Física pode ser vista como uma prática social, devendo também estimular os educandos a aprenderem a solucionar os seus problemas com vista a superar os desafios do seu meio social, cultural e político. (.) seu profissional precisa demonstrar domínio da sistematização, organização e aplicação de seus conteúdos teóricos e práticos (.) devendo a alegria e satisfação pessoal ser das principais razões para permanecerem gostando das atividades que envolvam o exercício corporal. (2002 p. 64) Segundo Verenguer, as competências do profissional de Educação Física Diagnosticar e identificar as necessidades, potencialidades, possibilidades e desejos das pessoas de qualquer faixa etária no que tange ao comportamento motor; selecionar conteúdos, planejar e orientar estrategicamente as atividades que venham ao encontro dos objetivos estabelecidos, avaliar o encaminhamento dos programas e reprogramá-los, se necessário. Fundamentalmente, e tendo como base o conhecimento acadêmico, saber justificar as escolhas, as decisões, as condutas, as ações do dia-a-dia profissional. (2004 p. 128) Precisamos ressaltar, porém, que mais do que competências profissionais é preciso consciência ética para que sejam prestados os melhores serviços à sociedade. Para Freire, Verenguer e Reis (2002, p.43) “saber sobre e saber fazer não garantem uma intervenção eficiente. Será necessário, antes de tudo, um saber ser, apresentando atitudes e valores que caracterizam uma ação ética”. OBJETIVOS E METODOLOGIA
Este trabalho pretende centrar seu foco na identificação da imagem do profissional de Educação Física apresentada na mídia impressa brasileira. A metodologia empregada para alavancar essa discussão foi a da pesquisa descritiva, com abordagem qualitativa. Para coleta de dados foi utilizada a pesquisa documental. Foram analisadas duas revistas semanais de grande circulação em São Paulo, publicadas entre janeiro e junho de 2007, totalizando 46 edições, selecionando artigos que tratassem sobre esporte, educação física e atividade física. Ao todo foram analisadas 70 reportagens, notas, comentários que continham temas e informações, pertinentes ao objetivo da pesquisa. Para analisar os dados coletados foi aplicada a Em uma das revistas percebeu-se o destaque aos Jogos Pan-Americanos Rio- 2007, sendo que a maioria das edições apresentou pelo menos uma reportagem ou nota sobre o assunto em uma seção especial. Apesar do notável número de reportagens encontradas relacionadas à atividade física e outros assuntos de interesse ao estudo da Educação Física, nota-se que pouco se tem falado sobre o profissional de Educação Física e sua importância para a sociedade. Como exemplo, podemos citar o caso do artigo “Malhação Vibrante” da revista Istoé de 20/06/2007 em que se comenta sobre um aparelho desenvolvido por cientistas russos para a reabilitação de astronautas que tem sido usado em academias com o objetivo de aumentar força muscular e equilíbrio com exercícios suaves. Foi ouvida a opinião de uma fisioterapeuta que utiliza o aparelho em seu trabalho e também a opinião de um segundo profissional, que diz que o aparelho pode ser usado por pessoas de terceira idade em tratamentos contra a osteoporose. Esse profissional é citado na reportagem como “especialista no Power Plate”. O que queremos demonstrar é que a matéria não deixa claro quem é esse Em contrapartida uma outra reportagem da Istoé de 31/01/2007 faz propaganda de alguns tipos de monitores cardíacos que “ajudam a entrar em forma com segurança”. A pessoa pode “combinar a intensidade do exercício com seus objetivos, sejam-os entrar em forma, perder peso ou ganhar resistência”. Nesse caso aparece a opinião de um triatleta e uma médica, afirmando que: “para ter resultados, é preciso entender a funcionalidade do monitor com o auxílio de um profissional” e mais adiante a opinião de uma personal trainer paulista “A faixa de trabalho deve ser ajustada à melhora de desempenho para permitir novos ganhos”. Nesse momento temos a opinião de um profissional da área relacionado ao desempenho esportivo. Na revista Veja de 01/04/2007 foi apresentada uma reportagem especial na seção Esporte sobre as modalidades esportivas mais indicadas para cada pessoa e a idade ideal para começar a prática. Foram selecionadas as modalidades mais praticadas no Brasil (judô, futebol, natação, vôlei e corrida) e “especialistas” fizeram sua avaliação, sendo um fisiologista e um cardiologista. O coordenador do grupo de medicina esportiva da Sociedade Brasileira de Pediatria fez uma lista com os cinco tipos mais freqüentes de lesões de crianças na atividade física. Ainda estes especialistas ouvidos fazem um manual da prevenção de lesões musculares nas crianças. Entre as indicações, “o professor precisa ter experiência em ensinar crianças”. Em tempo: nenhum profissional de Educação Física foi citado na reportagem. O mesmo fato foi observado na reportagem de capa da Istoé de 06/06/2007, que relata o resultado de uma pesquisa feita por cientistas americanos que a elevação da produção da proteína BNDF durante a atividade física aumenta a memória, a inteligência e a capacidade de resolver problemas, sendo o exercício físico rotineiro recomendado sem relacionar a intervenção de um profissional de Diante de um relevante problema da atualidade, a falta de tempo dos pais para ficarem mais com os filhos e os malefícios que essa relação pode trazer às crianças, como obesidade e sobrecarga de atividades extracurriculares, a revista Veja traz três reportagens, dos dias 31/01, 14/02 e 14/03/2007, relacionadas à área de atuação do profissional de Educação Física sem que, novamente, ele seja citado. A primeira diz que atividade física em excesso mais prejudica do que ajuda as crianças. Os pais colocam filhos em mais de uma modalidade esportiva para ocuparem seu tempo com algo saudável, mas os deixam expostos ao overtraining, lesões, dores, cansaço. A segunda, fala que as crianças brasileiras brincam pouco. Para 97% a brincadeira favorita é a televisão, DVD ou vídeos. O tempo livre geralmente é ocupado com cursos e os jogos ficam restritos ao período escolar. A terceira, trata de reeducação alimentar para crianças. Fala sobre um garoto de dez anos cujo sonho é virar jogador de basquete da NBA, que tem vencido a obesidade com uma alimentação saudável e Ainda sobre obesidade, assunto de interesse à Educação Física, a revista Istoé de 02/05/2007, traz na sua reportagem de capa uma nova pílula milagrosa, Acomplia, que ataca a obesidade, melhora o colesterol e a diabete. A reportagem mostra pessoas satisfeitas pelo fato de poderem emagrecer sem precisar praticar exercícios físicos, atividade que não gostam. No fim da matéria um endocrinologista diz que “(.) o mais importante é mudar os hábitos alimentares e manter a atividade física”. Neste e nos demais artigos analisados até aqui pouco se falou a respeito do profissional de Educação Física e percebemos que profissionais de outras áreas do conhecimento são os que aparecem mais nas reportagens e dão opiniões, sugestões, criticas sobre Na edição de 07/02/2007 de Istoé, nos deparamos com duas matérias que nos chamaram a atenção. A primeira, “As armadilhas da malhação” fala sobre os malefícios causados pelo exercício físico mal orientado. Essa matéria traz a opinião de um profissional “responsável pelo setor de musculação” de uma grande academia- “os novatos querem resultados rápidos a qualquer custo e não conhecem os limites do corpo”, porém não identificamos com as palavras usadas no texto qual a formação profissional dessa pessoa. Profissionais como um ortopedista, dizem para serem seguidas as orientações do professor da academia, mas que é preciso saber escolher o profissional. Contribuindo com essa idéia uma pessoa relata que se queixava de dores lombares para seu professor na academia e ele garantiu que não era nada grave. Posteriormente constatou em outra academia que era por conta de má postura. Embora a matéria apresente algumas críticas, aparece a opinião de um professor de Educação Física da PUC/SP. A outra matéria desta edição que escolhemos para encerrar nossa reflexão sobre os dados encontrados, aparentemente pela sua manchete não apresentava muita relação com os interesses da Educação Física. O artigo “A Educação dos Sentidos” fala sobre escolas que criaram técnicas que aprimoram tato, paladar, visão, olfato e audição dos alunos para melhorar seu intelecto. Na matéria não se fala exatamente qual professor deve trabalhar estes aspectos com as crianças, mas ao final faz uma citação de Rubem Alves, do livro O amor acende a lua, em que ele propõe uma faculdade de Educação Física com disciplinas como “curso de cheiração avançada”, “curso de observação de cores” e “curso de audição de ruídos da natureza”. Segundo Rubem Alves “quando se fala em educação física, a imagem que aparece é a de um atleta com short, camiseta e tênis, pronto para alguma atividade que envolva o uso dos músculos. Mas os olhos, os ouvidos , a boca , o nariz e a pele são também partes do físico e podem também ficar atrofiados”. Achamos interessante o fato de a revista ressaltar em seu artigo uma outra imagem do professor de Educação Física, a partir da opinião de um especialista no assunto. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Educação Física, enquanto profissão tem o papel de intervir em grupos sociais, seja no campo do bacharel ou licenciado, e tem, portanto o papel de formar cidadãos, incorporar valores, conceitos, ajudar na aprendizagem de normas, transmitir conhecimento a partir da conscientização corporal e prática saudável de Sobre o papel social do profissional de Educação Física a sociedade pouco conhece e continua a perpetuar crenças e estereótipos em relação a essa classe. A mídia, com o seu poder de influenciar as pessoas como forte formadora de opiniões, poderia amenizar estereótipos passando uma melhor imagem dos profissionais em suas reportagens. Porém o tipo de mídia aqui analisada, a mídia impressa, pouco tem contribuído para melhorar e aumentar o conhecimento da sociedade sobre a importância do profissional de Educação Física. Ao deixar de exibi-lo em matérias relacionadas às suas competências, e quando o é apresentado, apenas em notas curtas, geralmente relacionadas à boa forma e desempenho, há um menosprezo do profissional, sendo ele julgado como incapaz de dar opiniões, de debater sobre determinados assuntos. A sociedade vê profissionais de outras áreas de atuação dando informações sobre esporte e atividades física e constata que eles é que são competentes pra orientar uma prática saudável, fortalecendo assim os estereótipos É preciso que o profissional demonstre a cada dia, com sua intervenção ética, a importância da sua prestação de serviço à sociedade, demonstrando que a Educação Física não é só um meio de promoção de saúde, mas forma de trabalhar o indivíduo na sua totalidade: corpo, mente e sociedade. Acreditamos que o profissional então deve ser responsável por uma melhor formação da sua própria imagem, planejando uma intervenção de forma a ampliar a capacidade reflexiva e consciência das pessoas acerca das ideologias dominantes e transmitir valores que possam ajudar no desenvolvimento da sociedade, como trabalho em equipe, respeito, coletividade, relações de troca, disciplina, equilíbrio, limites, determinação, valores esses tão importantes na atual sociedade. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Source: http://www.mackenzie.com.br/fileadmin/Graduacao/EST/Revistas_EST/III_Congresso_Et_Cid/Comunicacao/Gt08/Thabata_Santos_e_Rafael_de_Assis.pdf

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