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VALTER T. MOTTA Bioquímica Clínica: Princípios e Interpretações s e n z i m a s s ã o p r o t e í n a s c o m p r o p r i e d a d e s A catalisadoras sobre as reações que ocorrem As meias-vidas das enzimas teciduais após nos sistemas biológicos. Elas tem um elevado grau liberação no plasma apresentam grande variabili- de especificidade sobre seus substratos acelerando d a d e – n o s c a s o s d e e n z i m a s m e d i d a s c o m p r o p ó - r e a ç õ e s e s p e c í f i c a s s e m s e r e m a l t e r a d a s o u c o n - s i t o s d i a g n ó s t i c o s e p r o g n ó s t i c o s , p o d e m v a r i a r sumidas durante o processo. O estudo das enzimas d e s d e a l g u m a s h o r a s a t é s e m a n as. Em condições tem imensa importância clínica. Em algumas do - normais as atividades enzimáticas permanecem e n ç a s a s a t i v i d a d e s d e c e r t a s e n z i m a s s ã o m e d i- constantes, refletindo o equilíbrio entre estes pro- das, principalmente, no plasma sangüíneo, eritró - c e s s o s . M o d i f i c a ç õ e s n o s n í v e i s d e a t i v i d a d e e n - c i t o s o u t e c i d o s . T o d a s a s e n z i m a s p r e s e n t e s n o zimática ocorrem em situações onde este balanço corpo humano s ão sintetizadas intracelularmente. T r ê s c a s o s s e d e s t a c a m : A s e l e v a ç õ e s n a a t i v i d a d e e n z i m á t ica são devi- Enzimas plasma-específicas. Enzimas ativas
no plasma utilizadas no mecanismo de coagulação
A u m e n t o n a l i b e r a ç ã o d e e n z i m a s p a r a o
sangüínea e fibrinólise. Ex.: pró -c o a g u l a n t e s : plasma é c o n s e q ü ê n c i a d e :
§ Lesão celular extensa, as lesões celulares são Enzimas secretadas. S ã o s e c r e t a d a s g e r a l-
geralmente causadas por isquemia ou toxinas mente na forma inativa e após ativação atuam em celulares, por exemplo: na elevação da ativ i- locais extracelulares. Os exemplos mais óbvios dade da isoenzima CK-M B a p ó s i n f a r t o d o s ã o a s p r o t e a s e s o u h i d r o l a s e s p r o d u z i d a s n o s is- tema digestório. Ex.: lipase, α-amilase, tripsin o -g ê n i o , f o s f a t a s e á c i d a p r o s t á t i c a e a n t í geno pros- § Proliferação celular e aumento na renovação t á t i c o e s p e c í f i c o . M u i t a s s ã o e n c o n t r a d a s n o s a n - c e l u l a r , por exemplo: aumentos na fosfatase alcalina pela elevação da atividade osteoblás-tica durante o crescimento ou restauração ó s - Enzimas celulares. Normalmente apresentam
b a i x o s t e o r e s s é r i c o s , m a s o s n í v e i s a u m e n t a m q u a n d o s ã o l i b e r a d a s a p a r t i r d e t e c i d o s l e s a d o s § Aumento na síntese enzimática, por exemplo: por alguma doença. Isto permite inferir a localiza - marcada elevação na atividade da γ-glutamil ç ã o e a n a t u r e z a d a s v a r i a ç õ e s p a t o l ó g i c a s e m t r a n s f e r a s e a p ó s a i n g e s t ã o d e á l c o o l . alguns órgãos, tais como: fígado, pâncreas e mi o -cárdio. A elevação da atividade sérica depende do § Obstrução de ductos – afeta as enzimas nor- c o n t e ú d o d e e n z i m a d o t e c i d o e n v o l v i d o , d a e x- m a l m e n t e e n c o n t r a d a s n a s s e c r e ç õ e s e x ó c ri- t e n s ã o e d o t i p o d e n e c r o s e . S ã o e x e m p l o s d e e n - nas, por exemplo: a amilase e a lipase no suco zimas celulares as tra n s a m i n a s e s , l a c t a t o d e s i d ro- pancreático. Estas enzimas podem regurgitar para a corrente circulatória se o ducto pancre -á t ic o -biliar estiver bloqueado. 92 Bioquímica Clínica: Princípios e Interpretações
Redução da remoção de enzimas do
relacionar a atividade enzimática aumentada com p l a sma devido à insuficiência renal. A f e t a
o s t e c i d o s l e s a d o s . I s t o p o r q u e a s e n z i m a s n ã o as enzimas excretadas na urina, por exemplo: a e s t ã o c o n f i n a d a s a t e c i d o s o u o r g ã o s e s p e c í f i c o s , amilase pode estar elevada na insuficiência renal. p o i s e s t ã o g r a n d e m e n t e d i s t r i b u í d a s e s u a s a t i v i-dades podem refletir desordens envolvendo vários A r e d u ç ã o n o s n í v e i s d e a t i v i d a d e e n z i m á t i c a s ã o m e n o s c o m u n s e o c o r r e m n a : Na prática, a falta de especificidade é parc i- almente superada pela medida de vários parâme - § Síntese enzimática reduzida, por exemplo: tros (que incluem várias enzimas). Como as con - colinesterase baixa na insuficiência hepática centrações relativas das enzimas variam c o n s i d e - severa pela redução do número de hepatócitos. ravelmente em diferentes tecidos, é possível, pelo menos em parte, identificar a origem de algumas § Deficiência congênita de enzimas, por exe m- enzimas. Por exemplo, apesar das enzimas p lo: baixa atividade da enzima fosfatase alc a - transaminases ALT (GTP) e AST (GOT) serem lina plasmática na hipofosfatasemia congênita. igualmente abundantes no tecido hepático, a AST (GOT) apresenta concentração 20 vezes maior que § Variantes enzimáticas inerentes com baixa a ALT (GTP) no músculo cardíaco. A determin a - a t i v i d a d e b i o l ó g i c a , por exemplo, variantes ção simultânea das duas enzimas fornece uma clara indicação da provável localização da lesão tecidual. A especificidade enzimática pode tam- A utilidade diagnóstica da medida das enzimas bém ser aumentada pela análise das formas i s o e n - p l a s má t i c a s r e s i d e n o f a t o q u e a s a l t e r a ç õ e s e m zimáticas de algumas enzimas como na lactato suas atividades fornecem indicadores sensíveis de lesão ou proliferação celular. Estas modificações A seleção de quais enzimas medir com propó - ajudam a detectar e, em alguns casos, localizar a s i t o s d i a g n ó s t i c o s e p r o g n ó s t i c o s d e p e n d e d e v á - lesão tecidual, monitorar o tratamento e o pro - rios fatores. As principais enzimas de uso clínico, g r e s s o d a d o e n ç a . No entanto, muitas vezes falta j u n t a m e n t e c o m s e u s t e c i d o s d e o r i g e m e a p lic a - especificidade, isto é, existem dificuldades em ç õ e s c l í n i c a s s ã o l i s t a d a s n a t a b e l a 9 . 1 .

Tabela 9.1
Distribuição de algumas enzimas de importância diagnóstica
P r i n c i p a i s a p l i c a ç õ e s c l í n i c a s G l â n d u l a s s a l i v a r e s , p â n c r e a s , o v á r i o s E n f e r m i d a d e p a n c r e á t i c a A m i n o t r a n s f e r a s e s ( t r a n sa - F í g a d o , m ú s c u l o e s q u e l é t i c o , c o r a ç ã o , r i m , Doenças do parênquima hepático, infarto do m i o c á r d i o , d o e n ç a m u s c u l a r M ú s c u l o e s q u e l é t i c o , c é r e b r o, coração, músculo I n f a r t o d o m i o c á r d i o , e n f e r m i d a d e s P r ó s t a t a , e r i t r ó c i t o s Fígado, osso, mucosa intestinal, placenta, rim D o e n ç a s ó s s e a s , e n f e r m i d a d e s h e p á t i c a s E n f e r m i d a d e h e p a t o b i l i a r , a l c o o l i s m o C o r a ç ã o , f í g a d o , m ú s c u l o e s q u e l é t i c o , e r i t ró- Infarto do miocárdio, hemólise, doenças do c i t o s , p l a q u e t a s , n ó d u l o s l i n f á t i c o s E n f e r m i d a d e p a n c r e á t i c a Enzimas 93
amilase é uma enzima da classe das hidrolases que normal (ex.: muitas pancreatites associadas com A catalisa o desdobramento do amido e glicogênio hiperlipemia). Outros testes laboratoriais, como a ingeridos na dieta. O amido é a forma de medida da amilase urinária, depuração da amilase, armazenamento para a glicose nos vegetais, sendo avaliação das isoenzimas da amilase e a medida da constituído por uma mistura de amilose (amido não- l i p a s e s é r i c a , q u a n d o e m p r e g a d o s e m c o n j u n t o ramificado) e amilopectina (amido ramificado). A com a avaliação da amilasemia, aumentam consi- estrutura do glicogênio é similar ao da amilopectina, d e r a v e l m e n t e a e s p e c i f i c i d a d e n o d i a g n ó s t i c o d a com maior número de ramificações. A α-amilase p a n c r e a t i t e a g u d a . A p e s a r d e m e n o r u t i l i d a d e n o catalisa a hidrólise das ligações α-l, 4 da amilose, amilopectina e glicogênio, liberando maltose e diagnóstico da pancreatite, a amilase urinária está freqüentemente aumentada, atingindo valores mais isomaltose. Não hidrolisa as ligações α-1,6. A amilase sérica é secretada, fundamental- e l e v a d o s e q u e p e r s i s t e m p o r p e r í o d o s m a i o r e s . mente, pelas glândulas salivares (forma S) e cé - Além da determinação da amilasemia outros sinais lulas acinares do pâncreas (forma P). É secretada freqüentes são utilizados para avaliar a pancre atite no trato intestinal por meio do ducto pancreático. A s glândulas salivares secretam a amilase que inicia a hidrólise do amido presente nos alimentos N o m o m e n t o d o d i a g n ó s t i c o : c o n t a g e m d e n a b o c a e e s ô f a g o . E s t a a ç ã o é d e s a t i v a d a p e l o leucócitos >16.000/mm3 ; glicemia >200 conteúdo ácido do estômago. No intestino, a ação m g / d L ; l a c t a t o d e s i d r o g e n a s e >2 x normal; da amilase pancreática é favorecida pelo meio a l c a l i n o p r e s e n t e n o duodeno. A atividade amilá - sica é também encontrada no sêmem, testículos, D u r a n t e a s p r i m e i r a s 4 8 h o r a s : diminuição do o v á r i o s , t u b o s d e F a l l o p i o , m ú s c u l o e s t r i a d o , p ul- hematócrito >10%; cálcio sérico <8 mg/dL; mões e tecido adiposo. A amilase tem massa mo - lecular entre 40.000 e 50.000 daltons sendo, fa - Outras causas de hiperamilasemia pancre-
cilmente, filtrada pelo glomérulo renal. § Complicações da pancreatite aguda, tais c o m o : p s e u d o c i s t o c o mp l i c a d a s p o r hemorragia, as cites e efusão pleural. P a n c r e a t i t e a g u d a . Constitui um distúrbio i n -
f l a m a t ó r i o a g u d o d o p â n c r e a s a s s o c i a d o a e d e m a ,
§ Lesões traumáticas do pâncreas, incluindo i n t u m e s c ê n c i a e q u a n t i d a d e s v a r i a d a s d e a u t o d is- trauma cirúrgico e investigações radiográficas. g e s t ã o , n e c r o s e e , e m a l g u n s c a s o s , h e m o r r a g ia. Os níveis de amilasemia aumentam após 2 -12 h do § Carcinoma de pâncreas, com obstrução dos i n í c i o d o e p i s ó d i o d e d o r a b d o m i n a l q u e é c o n s - tante, intenso e de localização epigástrica com irradiação posterior para o dorso. A atividade § Abscesso pancreático, onde a amilasemia au- amilásica retorna ao normal entre o terceiro e o quarto dia. Os valores máximos são quatro a seis v e z e s m a i o r e s d o q u e o s v a l o r e s d e r e f e r ê n c i a e H i p e r a m i l a s e m i a n ã o -pancreática:
s ã o a t i n g i d o s e n t r e 1 2 -72 h. A magnitude da ele -v a ç ã o n ã o s e c o r r e l a c i o n a c o m a s e v e r i d a d e d o § Insuficiência renal por declínio da depuração. envolvimento pancreático. Por outro lado, 20% de O s a u m e n t o s s ã o p r o p o r c i o n a i s à e x t e n s ã o d o t o d o s o s c a s o s d e p a n c r e a t i t e apresentam amilase 94 Bioquímica Clínica: Princípios e Interpretações
§ Neoplasias de pulmão e ovário. § Transplante renal, um quinto dos transplanta- § Síndrome de Meigs (associação de ascite, efu- § Lesões das glândulas salivares, caxumba ou § Pneumonia e enfermidades não-neoplásicas. § Drogas (opiatos, heroína) por constrição d o § Macroamilasemia, encontradas em 1-2% da e s f í n c t e r d e O d d i e d u c t o s p a n c r e á t i c o s , c o m a p o p u l a ç ã o c o m o r e s u l t a d o d a c o m b i n a ç ã o d a c o n s e q ü e n t e e l e v a ç ã o d a p r e s s ã o i n t r a d u c t a l , molécula de amilase com imunoglobulinas p r o v o c a n d o r e g u r g i t a ç ã o d a a m i l a s e p a r a o ( I g A e I g G ) o u o u t r a s p r o t e í n a s p l a s m á t i c a s normais o u anormais para formar um complexo muito grande para ser filtrado pelo glomérulo; n e s t e e v e n t o n ã o o c o r r e a m i l a s ú r i a a u m e n t a d a A hiperamilasúria reflete as elevações séricas da Hiperamilasemia por desordens de origem
amilase. A atividade da amilase urinária é deter- c o m p l e x a . Com mecanismos desconhecidos ou
minada em amostras de urina de uma hora (nestes c a s o s o p a c i e n t e d e v e e s v a z i a r c o m p l e t a m e n t e a b e x i g a e d e s p r e z a r e s t a u r i n a ; t o d a s a s u r i n a s c o - § Doença do trato biliar como a colecistite l h i d a s n a h o r a s e g u i n t e s ã o r e s e r v a d a s ) o u d e 2 4 a g u d a c o m a u m e n t o s d e a t é q u a t r o v e z e s o s h o r a s . N a p a n c r e a t i t e a g u d a a r e a b s o r ç ã o t u b u l a r da amilase está reduzida, provavelmente secundá-ria a competição com outras proteínas de baixa § Eventos intra -abdominais (não pancreáticos) massa molecular. A h i p e r a m i l a s ú r i a o c o r r e t a m- tais como: úlcera péptica perfurada, obstrução b é m e m q u a s e t o d a s a s s i t u a ç õ e s q u e e l e v a m a intestinal, infarto mesentérico, peritonite, apendicite aguda, gravidez ectópica rompida, a n e u r i s m a s a ó r t i c o s e o c l u s ã o m e s e n t é r i c a . § Trauma cerebral, a causa da elevação é incerta, mas pode estar associada com trauma A relação·entre a depuração renal da amilase e a das glâ n dulas salivares e/ou abdominais; isto é , depuração da creatinina é útil no diagnóstico dife- d e p e n d e n t e d e o u t r o s ó r g ã o s a t i n g i d o s . rencial da pancreatite aguda. Nesta patologia, a depuração renal da amilase é, geralmente, maior Q u e i m a d u r a s e c h o q u e s t r a u m á t i c o s . d o q u e a d e p u r a ç ã o d a c r e a t i n i n a c a u s a n d o e l e va- ç ão na relação. O mecanismo responsável por este H i p e r m i l a s e m i a p ó s-o p e r a t ó r i a , ocorre em aumento na depuração é, em parte, atribuído a um 2 0 % d o s p a c i e n t e s s u b m e t i d o s a i n t e r v e n ç õ e s d i s t ú r b i o n a r e a b s o r ç ã o t u b u l a r d a a m i l a s e ( e d e cirúrgicas – incluindo procedimentos extra -ab- outras proteínas de baixa massa molecular) na pancreatite aguda. A fórmula empregada para a C e t o a c i d o s e d i a b é t i c a ,a hiperamilasemia está p r e s e n t e e m 8 0 % d e s t e s p a c i e n t e s s e n d o m a i s f r e q ü e n t e q u a n d o o s t e o r e s d e g l i c e m i a s ã o >500 mg/dL (a fonte de amilase é incerta). Enzimas 95
As determinações de amilase e creatinina séricas clásticos, cromolíticos e técnicas de monitoração são realizadas em amostras obtidas ao mesmo t e m p o d a c o l e t a d e u r i n a . A c o m p a r a ç ã o d a s d u a s A m i l o c l á s t i c o s ( I o d o m é t r i c o s ) . A avaliação
depurações permite corrigir as alterações na velo- amiloclástica (iodométrica) está baseada na capa - cidade de filtração glomerular, condição esta tam- cidade do iodo formar cor azul intensa com o bém encontrada na insuficiência renal severa. amido. Após a ação da amilase sobre um substrato Normalmente, os valores da relação variam de amido em tempo determinado, a cor azul é e n t r e 1 a 4 % , e n q u a n t o n a p a n c r e a t i t e a g u d a , f r e - medida fornecendo a quantidade de polissacarídio q ü e n t e m e n t e , e s t ã o e n t r e 7 e 1 5 % . N o e n t a n t o , rema nescente. O método de Van Loon modificado e s t a r e l a ç ã o n ã o é e s p e c í f i c a , p o i s a p r e s e n t a e le - por Caraway além de empregar um substrato rela - v a ç õ e s n a c e t o a c i d o s e diabética, queimaduras tiv a mente estável é eficiente e rápido. extensas, perfuração duodenal, mieloma, circula -ção extracorpórea e grandes doses intravenosas de S a c a r o g ê n i c o s . Nestes métodos, o substrato de
corticoesteróides. A relação é normalizada após a polissacarídio é hidrolizado pela ação da ami l a s e atividade da amilase no sangue e urina voltarem com formação de monossacarídios e dissacarídios. aos valores de referência. O cálculo d e s t a r e l a ç ã o O dissacarídio (maltose) forma glicose pela ação permite diferenciar a macroamilasemia de outras d e u m a m a l t a s e . A q u a n t i d a d e d e g l i c o s e p r o d u - causas de hiperamilasemia. Em função do tama - zida indica a atividade amilásica. As unidades nho do complexo de macroamilase sua depuração So m o g y i o b t i d a s n e s t e m é t o d o e x p r e s s a m o n ú - renal é reduzida, fornecendo em valores abaixo de mero de mg de gli c o s e l i b e r a d a a p ó s i n c u b a ç ã o . A quantidade de glicose já existente na amostra deve s e r c o n s i d e r a d a a o e m p r e g a r e s t e s m é t o d o s . É b a s t a n t e e m p r e g a d o e m a u t o m a ç ã o . E n s a i o s c r o m o l í t i c o s . Utilizam um substrato
P a c i e n t e . Não é exigida preparação especial.
de amido ligado a um corante, formando um com-ple x o i n s o l ú v e l . A p ó s a a ç ã o d a a m i l a s e s ã o p ro - Amostra. S o r o sem hemólise e não-lipêmico. A
duzidos pequenos fragmentos de corante-substrato atividade amilásica necessita de cálcio e cloretos solúveis em água medidos fotometricamente. Este como cofatores. Assim, anticoagulantes quelantes como o citrato, oxalato e EDTA são impróprios M o n i t o r a ç ã o c o n t í n u a . Sistemas enzimáticos-
para estas amo s t r a s . U r i n a colhida no período de 1 a c o p l a d o s s ã o e m p r e g a d o s p a r a d e t e r minar a ati- h o u n o p e r í o d o d e 2 4 h s e m c o n s e r v a n t e s . A vidade enzimática por técnica de monitoração amilase é uma enzima bastante estável. No soro e contínua na modificação na absorvância do NAD+ urina (livre de contaminação bacteriana) a amilase é estável por uma semana em temperatura amb i-e n t e o u p o r v á r i o s m e s e s s o b r efrigeração. Outros métodos. Raramente empregados para
e s t e p r o p ó s i t o s ã o o s m é t o d o s t u r b i d i m é t r i c o s , Interferentes. R e s u l t a d o s f a l s a m e n t e a u m e n t a -
nefelométricos e de polarização fluorescente. dos: ácido aminossalicílico, ácido etacrínico, grandes quantidades de etanol, aspirina, analgés i- Valores de referência para a amilase
cos narcóticos, anticoncepcionais orais, colinérg i- c o s , c o n t r a s t e s r a d i o g r á f i c o s , c o r t i c o e s t e r ó i d e s , pancreozimina, furosemida, rifampina e tiazídicos. R e s u l t a d o s f a l s a m e n t e r e d u z i d o s : glicose e fluore- Métodos. A amilase é determinada por diferentes
métodos. Os principais são: sacarogênicos, amilo-
96 Bioquímica Clínica: Princípios e Interpretações
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Enzimas 97
lipase é uma enzima altamente específica que a p ó s o a t a q u e . M e t a d e d o s p a c i e n t e s c o m p s e u d o - A catalisa a hidrólise dos ésteres de glicerol de cisto mostram elevações na lipase sérica. ácidos graxos de cadeia longa (triglicerí dios) em presença de sais biliares e um cofator chamado P a n c r e a t i t e c r ô n i c a . A lipase sérica também é
c o l i p a s e . As ligações éster, nos átomos de carbono utilizada no diagnóstico da pancreatite crônica; 1 e 3 são preferentemente rompidas, produzindo a p e s a r da destruição das células acinares nos últ i- dois mol de ácidos graxos de cadeia longa e um mos estágios da enfermidade resulta em diminui- mol de 2-a cilmonoglicerídio por mol de ção na quantidade da enzima na circulação. triglicerídio hidrolizado. Tanto a lipase como a colipase são sintetizadas pelas células acinares do Desordens intra -abdominais agudas. A s
pâncreas. A lipase também é encontrada na mu - v e z e s o d i a g n ó s t i c o d a p a n c r e a t i t e é d i f i c u l t a d o c o s a i n t e s t i n a l , l e u c ó c i t o s , c é l u l a s d o t e c i d o a d i- p o r o u t r a s d e s o r d e n s i n t r a -abdomi nais com acha - dos clínicos similares: ú l c e r a s d u o d e n a i s o u g á s-t r i c a s p e r f u r a d a s, o b s t r u ç ã o i n t e s t i n a l m e s e n t é -ri c a e c o l e c i s t i t e a g u d a . Enfermidade renal aguda ou crônica. Nestes
A medida da atividade da lipase no soro, plasma, c a s o s o a u m e n t o d a a t i v i d a d e l i p á s i c a n ã o é t ã o f r e q ü e n t e n e m t ã o p r o n u n c i a d a como a atividade líquido ascítico e pleural, é usada exclusivamente p a r a o d i a g n ó s t i c o d e d e s o r d e n s p a n c r e á t i c a s , geralmente, pancreatite aguda. Os níveis de lipase Obstrução do ducto pancreático. A o b s t ru -
s ã o n o r m a i s n o s c a s o s d e e n v o lvimento de glâ n - ção do ducto pancreático por cálculo ou carcinoma d e p â n c r e a s p o d e e l e v a r a a t i v i d a d e d a l i p a s e s é- P a n c r e a t i t e a g u d a . A atividade da lipase au -
ric a , d e p e n d e n d o d a l o c a l i z a ç ã o d a o b s t r u ç ã o e a q u a n t i d a d e d e t e c i d o l e s a d o . m e n t a e n t r e 4 a 8 h o r a s , a p ó s o i n í c i o d o q u a d r o atingindo o pico máximo em 24 horas. Os valores voltam ao normal entre 8 e 14 dias. Os aumentos da lipase geralmente são paralelo s àqueles da amilase, entretanto, tais aumentos podem ocorrer P a c i e n t e . Não é exigido cuidados especiais.
a n t e s o u a p ó s a s e l e v a ç õ e s d a a m i l a s e . N a p a n c re-a t i t e a g u d a p o d e -se encontrar normoamilasemia Amostra. S o r o isento de hemólise. É estável por
em 20% dos pacientes (em casos de hiperlipemia) uma semana no refrigerador ou por vários meses a mas com hiperlipasemia. A atividade lipásica não é necessariamente proporcional à severidade do a t a q u e . Interferentes. R e s u l t a d o s f a l s a m e n t e a u m e n t a -
dos:
c o d e í n a , h e p a rina, morfina, betanecol, cola n-
C o m p l i c a ç õ e s d a p a n c r e a t i t e a g u d a . A pan-
g i o p a n -c r e a t o g r a f i a r e t r ó g r a d a e n d o s c ó p i c a . c r e a t i t e a g u d a p o d e p r o d u z i r l í q u i d o a s c í t i c o o u l í q u i d o p l e u r a l , ou ambos. Acima de 50% dos pacientes com pancreatite aguda severa desenvol- Métodos. Essencial para a compreensão da me -
vem p s e u d o c i s t o , cuja p r e s e n ç a é s u p e i t a d a t o d o l o g i a u s a d a n a a v a l i a ç ã o d a l i p a s e é o f a t o q u a n do não há melhora clínica em uma semana d e s t a e n z i m a a t u a r n a i n t e r f a c e é s t e r-á g u a . D e s t e m o d o , o s s u b s t r a t o s p a r a o e n s a i o d e v e m ser emulsões. A velocidade de reação aumenta com a 98 Bioquímica Clínica: Princípios e Interpretações
d i s p e r s ã o d a e m u l s ã o . O e m p r e g o d e s u b s t r a t o s tripsinogênio no duodeno, em lugar de intra -p a n - o n d e a i n t e r f a c e é s t e r-á g u a é i n a p r o p r i a d a , p e r- creática, evita a autodisgestão proteolítica do pân- mite a ação de outras enzimas, tais como: éster c r e a s . A t r i p s i n a e s t á p r e s e n t e n a s f e z e s d e c r i a n - carboxílico hidrolase, aril-é s t e r h i d r o l a s e e l i p a s e ças pequenas, com redução dos teores em crianças lipoprotéica. Substratos que empregam triglicerí - maiores e em adultos, em virtude da des truição da dios de ácidos graxos de cadeia curta, também t r i p s i n a p o r b a c t é r i a s i n t e s t i n a i s . A a u s ê n c i a d e t r i p s i n a n a s f e z e s é e n c o n t r a d a e m p a c i e n t e s c o m insuficiência pan creática, fibrose cística (avan- T i t u l o m e t r i a . Os primeiros métodos práticos
çada), má absorção em crianças, e pancreatite para a medida da lipase empregavam uma emulsão t a m p o n a d a d e a z e i t e d e o l i v a c o m o s u b s t r a t o. O s o r o a s e r t e s t a d o e r a i n c u b a d o p o r 2 4 h c o m o Bibliografia consultada
substrato e os ácidos graxos liberados eram titula-dos com hidróxido de sódio a 0,05 M, usando a C A L B R E A T H , D o n a l d F . , C I U L L A , A n n a P . C l i n i c a l
c he m i s t r y . 2 e d . P h i l a d e l p h i a : S a u n d e r s , 1 9 9 1 . 468 p.
C H E R R Y , I . S . , C R A N D A L L J r . , L . A . T h e s p e c i f i c i t y o f T u r b i d i m e t r i a o u n e f e l o m e t r i a . S ã o m é t o d o s
p a n c r e a t i c l i p a s e : I t s a p p e a r a n c e i n t h e b l o o d a f t e r simples e rápidos que monitoram a r e d u ç ã o d a p a n c r e a t i c i n j u r y . A m . J . P h y s i o l . , 1 0 0 :2 6 6 -73, 1932.
turvação de uma emulsão de azeite de oliva como C L A V I E N , P . A . , B U R G A N , S . , M O O S S A , A . R . S e r u m r e s u l t a d o d a a ç ã o d a l i p a s e s o b r e o s u b s t r a t o . enzymes and other laboratory tests in acute pancreatitis.
B r . J . S u r g . , 7 6 :1 2 3 4 -4 3 , 1 9 8 9 .
Enzimáticos. A l i p a s e h i d r o l i z a o s u b s t r a t o
F A S S A T I , P . , P O N T I , M . , P A R I S , P . e t a l . K i n e t i c contendo triglicerídios produzindo glicerol livre c o l o r i m e t r i c a s s a y o f l i p a s e i n s e r u m . C l i n . C h e m ,
3 8 :
2 1 1 -5 , 1 9 9 2 .
q u e é q u a n t i f i c a d o p o r d i f e r e n t e s m é t o d o s . KAPLAN, Alex, JACK, Rhona, OPHEIM, Kent E., TOIVOLA, B e r t , L Y O N , A n d r e w W . C l i n i c a l c h e m i s t r y :
Valores de referência para a lipase
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8 4 :
1 4 5 9 -6 6 , 1 9 7 8 .
R E I T Z , B . , G U I B A U L T , G . G . F l u o r o m e t r i c m e t h o d f o r m e a s u r i n g s e r u m l i p a s e a c t i v i t y . Clin. Chem., 21:1788-
9 0 , 1 9 7 5 .
T I E T Z , N . W . , A S T L E S , J . R . , S H U E Y , D . F . Lipase activity A tripsina é uma enzima proteolítica produzida no m e a s u r e m e n t i n s e r u m b y a c o n t i n u o s-m o n i t o r i n g p H- p â n c r e a s , n a f o r m a p r e c u r s o r a d e t r i p s i n o g ê n i o s t a t t e c h n i q u e - a n – u p d a t e . C l i n . C h e m . , 3 5 :1688-93,
1 9 8 9 .
inativo. O tripsinogênio é convertido em tripsina n o d u o d e n o p e l a e n t e r o q u i n a s e . A a t i v a ç ã o d o Enzimas 99
fosfatase alcalina (FA) pertence a um grupo A de enzimas relativamente inespecíficas, que § Hepatite viral e cirrose, apresentam pequenas catalisam a hidró l i s e d e v á r i o s f o s f o m o n o é s t e r e s e l e v a ç õ e s n o s n í v e i s s é r i c o s d a F A . em pH alcalino. O pH ótimo da reação in vitro e s t á a o r e d o r d e 1 0 , m a s d e p e n d e d a n a t u r e z a e § Outras desordens, mononucleose in fecciosa, c o n c e n t r a ç ã o d o s u b s t r a t o e m p r e g a d o . A fosfatase alcalina está amplamente distribu- í d a n o s t e c i d o s h u m a n o s , n o t a d a m e n t e n a m u c o s a Obstrução extrahepática. A atividade eleva 3
intestinal, fígado (canalículos biliares), túbulos a 1 0 v e z e s o s v a l o r e s d e r e f e r ê n c i a n a o b s t r u ç ã o r e n a i s , b a ç o , o s s o s ( o s t e o b l a s t o s ) e p l a c e n t a . A p a r c i a l o u t o t a l d o c o l é d o c o . E n c o n t r a d o s n o s forma predominante no soro em adultos normais c á l c u l o s b i l i a r e s e câncer de cabeça de pâncreas. origina-se, principalmente, do fígado e esqueleto. Apesar da exata função metabólica da enzima ser Enfermidades ósseas. A u m e n t o s n a a t i v i d a d e
d e s c o n h e c ida, parece estar associada com o trans- d a F A o c o r r e m e m p a c i e n t e s c o m d o e n ç a s ó s s e a s p o r t e l i p í d i c o n o i n t e s t i n o e c o m p r o c e s s o s d e caracterizadas pela hiperatividade osteoblástica. No fígado, a fosfatase alcalina está localizada § Doença de Paget (osteíte deformante), como na membrana celular que une a borda sinusoidal resultado da ação das células osteoblásticas na das células parenquimais aos canalículos biliares. t e n t a t i v a d e r e c o n s t r u ç ã o ó s s e a q u e e s t á s e n d o N o s o s s o s a a t i v i d a d e d a f o s f a t a s e a l c a l i n a e s t á r e a b s o rv i d a p e l a a t i v i d a d e n ã o -controlada dos c o n f i n a d a a o s o s t e o b l a s t o s o n d e o c o r r e a f o r ma - o s t e o c l a s t o s . A F A a t i n g e d e 1 0 a 2 5 v e z e s o limite superor dos valores de referência. § Osteomalácia e raquitismo, apresentam peque- n o s a u m e n t o s ( 2 a 4 v e z e s ) d e F A , q u e declinam após terapia com vitamina D. Obstrução intrahepática. Como a fosfatase
alcalina está localizada nas membranas de reves - H i p e r p a r a t i r e o i d i s m o p r i m á r i o e s e c u n d á r i o , i n c r e m e n t o s p e q u e n o s d e F A r e f l e t e m a p re - t imento dos canalículos biliares, e enzima está elevada nas desordens do trato biliar. Pelo imp e - s e n ç a e a e x t e n s ã o d o e n v o l v i m e n t o ó s s e o . dimento do fluxo biliar, a FA sérica atinge 2-3 v e z e s o s v a l o r e s d e r e f e r ê n c i a ( p o d e n d o c h e g a r a T u m o r e s ó s s e o s o s t e o b l á s t i c o s p r i m á r i o s o u 10-15 vezes), dependendo do grau de estase biliar. s e c u n d á r i o s , c o m v a l o r e s b a s t a n t e e l e v a d o s . E s t e s a u m e n t o s s ã o d e v i d o s , f u n d a m e n t a l m e n t e , ao: (a) incremento na síntese da enzima, (b) reten- F r a t u r a s ó s s e a s , p e q u e n o s a u m e n t o s d e F A . ção de ácidos biliares no fígado, que solubilizam a fosfatase alcalina e a removem da membrana O u t r a s d e sordens, pancreatite aguda e crônica, insuficiência renal crônica, septicemia ex- p l a s m á t i c a d o s h e p a t ó c i t o s , e ( c ) r e g u r g i t a ç ã o d a enzima para a circulação pelo impedimento da trahepática, infecções bacterianas intra -a b d o -minais, síndrome de Fanconi, tirotoxicose e hi- perfosfatemia transiente benigna em cria n ç a s . Algumas drogas como: cloropromazina, estro - L e s õ e s e x p a n s i v a s , carcinoma hepatocelular g ê n i o s e p r o g e s t e r o n a . primário, metástases, abscessos e granuloma . 100 Bioquímica Clínica: Princípios e Interpretações
G r a v i d e z . A u m e n t o s d a F A d e 2-3 v e z e s s ã o
s u b s t â n c i a s q u e o s u b s t i t u e m n a a v a l i a ç ã o d a a t i- o b s e r v a d o s n o t e r c e i r o t r i m e s t r e d e g r a v i d e z ; a vidade desta enzima. Deste modo, várias metodo - enzima adicional é de origem placentária. Au - logias foram propostas com o emprego de dife - mentos ou reduções inexplicáveis da FA, predi- zem complicações na gravidez, tais como, h i p e r- β-Glicerofosfato. Os primeiros ensaios publi-
t e n s ã o o u p r é -e c l a m p s i a . c a d o s q u a n t i f i c a v a m a l i b e r a ç ã o d o f o s f a t o i n o r-g â n i c o d o s u b s t r a t o β-glicerolfosfato, após a ação d a e n z i m a p r e s e n t e n a a m o s tr a . E s t e s m é t o d o s f o r a m a b a n d o n a d o s p e l a p o u c a s e n s i b i l i d a d e e As principais isoenzimas da fosfatase alcalina p r o l o n g a d o p e r í o d o d e i n c u b a ç ã o . e n c o n t r a d a s n o s o r o s ã o p r o v e n i e n t e s d o f í g a d o , P -N i t r o f e n i l f o s f a t o . A atividade da enzima é
o s s o s , i n t e s t i n o e p l a c e n t a . A p r e s e n t a m c o n s i d e- m e d i d a p e l a q u a n t i d a d e d e f e n o l liberado do p - r á v e l h e t e r o g e n eidade inter e intratecidual, sendo nitrofenilfosfato após incubação com o soro, pos- s e u e s t u d o u m i n d i c a t i v o d a o r i g e m d a e l e v a ç ã o . teriormente avaliado p o r d i f e r e n t e s m é t o d o s . Po dem também ser encontradas outras isoenzimas p a t o l ó g i c a s , c o m o a d e R e g a n e N a g a o , p r e s e n t e s 4 -N i t r o f e n i l f o s f a t o . É o s u b s t r a t o m a i s u s a d o
e m p r o c e s s o s n e o p l á s t i c o s . O s m é t o d o s e m p r e g a - atualmente na avaliação da fosfatase alcalina. É d o s n a s e p a r a ç ã o e s t ã o b a s e a d o s nas propriedades medido o produto liberado após a hidrólise, o 4- físicas e químicas das isoenzimas: inibição quí- nitrofenóxido que é proporcional à atividade da mica, técnicas imunológicas, eletroforese e inati- fosfatase alcalina. A modificação propos t a p o r Bowers e McComb é a mais empregada atual-mente. α-Naftol monofosfato. Mede a velocidade de
formação de α-naftol a 340 nm após incubação. Valores de referência para a fosfatase alcalina
P a c i e n t e . Deve permanecer em jejum por 8 h
(4-nitrofenilfosfato – Bowers)
Amostra. Soro ou plasma heparinizado. Evitar
hemólise, pois os eritrócitos contém, aproxima - damente, seis vezes mais fosfatase alcalina que o s o r o . O e n s a i o d e v e s e r r e a l i z a d o l o g o q u e p o s s í - Bibliografia consultada
v e l a p ó s a c o l e t a ; e m a l g u m a s h o r a s a f o s f a t a s e aumenta de 3 a 10% a 25 0 C. Os valores podem B E L F I E L D , A . , G O L D B E R G , D . M . I n h i b i t i o n o f t h e e s t a r 2 5 % m a i s e l e v a d o s a p ó s a i n g e s t ã o d e r e f e i- n u c l e o t i d a s e e f f e c t o s a l k a l i n e p h o s p h a t a s e b y β -
g l y c e r o p h o s p h a t e . N a t u r e , 2 9 1 :7 3 -5 , 1 9 6 8 .
B O W E R S J r . , G . N . , M c C O M B , R . B . M e a s u r e m e n t o f t o t a l a l k a l i n e p h o s p h a t a s e a c t i v i t y i n h u m a n s e r u m . C l i n .
Interferências. Resultados falsamente elevados:
C h e m . , 2 6 :1 9 8 8 -9 5 , 1 9 7 5 .
s ã o e n c o n t r a d o s e m p a c i e n t e s s u b m e t i d o s a t r a t a- K O A Y , E v e l y n S . C . , W A L M S L E Y , N o e l . A p r i m e r o f
mento com paracetamol, aspirina, agentes anti- c he m i c a l p a t h o l o g y . Singapore : World Scientific, 1996.
3 9 6 p .
f ú n g icos, barbitúricos, difenilhidantoína, morfina, P O S E N , S . , D O H E R T Y , E . S e r u m a l k a l i n e p h o s p h a t a s e i n a n t i-c o n c e p c i o n a i s o r a i s e t i a z i d a s . c l i n i c a l m e d i c i n e . Adv. Clin. Chem., 22:163-245, 1981.
Métodos. C o m o o s u b s t r a t o n a t u r a l d a f o s f a t a s e
P R I C E , C . P . M u l t i p l e f o r m s o f h u m a n s e r u m a l k a l i n e a l c a l i n a é d e s c o n h e c i d o , f o r a m p r o p o s t a s v á r i a s p h o sp h a t a s e : d e t e c t i o n a n d q u a n t i t a t i o n . A n n . C l i n .
B i oc h e m . , 3 0 :
3 5 5 -7 2 , 1 9 9 3 .
Enzimas 101
FOSFATASE ÁCIDA TOTAL E FRAÇÃO PROSTÁTICA p o s s í vel pela regurgitação da enzima no soro por O grupo heterogênio não-específico de fosfata- compressão ou obstrução do sistema ductal pros-ses que exibem pH ótimo entre 4,5 e 7, e catali- tático como resultado da hipertrofia glandular. O sam a hidrólise de monoéster ortofosfórico produ- d ia g n ó s t i c o é r e a l i z a d o a t r a v é s d e q u e s t i o n á r i o s zindo um álcool e um grupo fosfato. A fosfatase de sintomas, toque retal, dosagem de PSA, fluxo - á c i d a é a m p l a m e n t e d i s t r i b u í d a n o s t e c i d o s . A me tria e estudo de fluxo de pressão. A etiopatoge- m a i o r a t i v i d a d e é e n c o n t r a d a n a g l â n d u l a p r o s t á - nia da HPB ainda não e s t á a d e q u a d a m e n t e e s c l a - t ica (1000 vezes maior que em outros tecidos), c é l u l a s o s t e o b l á s t i c a s d o o s s o , f í g a d o , b aço, rins, eritrócitos e plaquetas. Em homens adultos, a Após cirurgia ou terapia anti -androgênica.
próstata contribui com quase a metade da enzima Os níveis vagarosamente retornam ao normal ou com o subseqüente aumento caso o tratamento não Em indivíduos do sexo masculino, a fração prostática representa em torno de 50% da fosfa -t a s e á c i d a t o t a l , s e n d o o r e s t a n t e p r o v e n i e n t e d o P a l p a ç ã o r e t a l . A fosfatase ácida prostática no
f í g a d o e d e d e s i n t e g r a ç ã o d a s p l a q u e t a s e e r i t ró - soro, raramente eleva após a palpação. Entretanto, citos. Para o sexo feminino é proveniente do fí - elevações transitórias podem ocorrer após biópsia g a d o , e r i t r ó c i t o s e p l a q u e t a s . O s n í v e i s d e f o s f a - d a p r ó s t a t a , c i s t o s c o p i a , i n f a r t o p r o s t á t i c o ( c a u - tase ácida no soro apresentam importância clínica s a d o p e l o a t o d e c a t e t e r i z a ç ã o ) e a b a s t a n t e r a r a , n o d i a g n ó s t i c o e m o n i t o r i z a ç ã o d o c â n c e r p r o s t á - r u p t u r a d e c i s t o p r o s t á t i c o . tico, em especial pelo emprego da f r a ç ã o p r o s t á -t i c a d a f o s f a t a s e ( F A C P ) . Outros aumentos da fosfatase ácida total.
Pequenas a moderadas elevações são encontradas,
freqüentemente, nas enfermidades ósseas associa-
das aos osteoclastos: enfermidade de Paget (avan-çada), hiperparatireoidismo com envolvimento Carcinoma prostático. A principal finalidade
e s q u e l é t i c o , i n v a s ã o m a l i g n a d o c â n c e r d e s e i o , d a d e t e r m i n a ç ã o d a f o s f a t a s e á c i d a p r o s t á t i c a é o anemia hemolític a, anemia megaloblástica, mono - d i a g n ó s t i c o e a m o n i t o r i z a ç ã o d o c â n c e r p r o s t á - nucleose, prostatite, policitemia vera, leucemia t ico, particularmente, da forma metastisada. O mielocítica (e outras enfermidades hematológi- c a rcinoma prostático atinge principalmente ho- cas), mieloma múltiplo, enfermidade de Niemann- mens acima de 50 anos e é classificado em quatro Pick e enfermidade de Gaucher (deficiência da e s tá gios A, B, C e D (ver tabela 4.2) com relação t a m b é m a s e l e v a ç õ e s d o antígeno prostático esp e-c í f i c o (Ver marcadores tumorais). As elevações da F A C p r o s t á t i c a s ã o e n c o n t r a d a s a o r e d o r d e 6 0 % ETERMI NAÇÃO DA FOSFATASE ÁCIDA d o s h o m e n s c o m c â n c e r m e t a s t á t i c o d a p r ó s t a t a ( e s t á g i o D ) . N o e n t a n t o , e n q u a n d o o c â n c e r p e r- P a c i e n t e . Não é exigido preparo especial.
manece localizado na glândula são en c o n t r a d o s valores normais ou levemente aumenta d o s d a a t i- Amostra. S o r o o u p l a s m a h e p a r i n i z a d o isento de
hemólise e não lipêmicos. S e p a r a r o s o r o o u pla s m a d o s e r i t r ó c i t o s l o g o q u e p o s s í v e l . A e n - Hipertrofia prostática benigna (HPB). É uma
zima é estabilizada na amostra por acidificação o c o rrência relativamente comum em homens ( p H a o r e d o r d e 5 , 4 ) . I s t o é c o n s e g u i d o p e l a a d i- acima de 40 anos. O aumento da atividade é ção de 50 µL de ácido acético 5 mol/L (alternati- 102 Bioquímica Clínica: Princípios e Interpretações
vamente, juntar 10 mg de citrato dissódico monoi- mostram diferentes graus de inibição pelo L-tarta- d r a t o p o r m L d e s o r o ) . N e s t a s c o n d i ç õ e s a a t i v i- d a d e e n zimática é mantida por várias horas em α-Naftol fosfato. Os métodos que empregam o
temperatura ambiente ou por uma semana no re - α-naftol fosfato como substrato liberam o naftol – p e l a a ç ã o d a f o s f a s t a s e á c i d a – q u e r e a g e c o m o Interferentes. R e s u l t a d o s f a l s a m e n t e a u m e n t a -
Fast Red TR para formar um produto colorido. dos: clofibrato. Resultados falsamente reduzidos: P o u c o u s a d o a t u a l m e n t e . e t a n o l e e s t r o g ê n i o -terapia para o carcinoma de E n z i m a i m u n o e n s a i o . Os métodos imunológi-
c o s e s t ã o g a n h a n d o força, principalmente na a u - Métodos. Vários métodos fora m d e s e n v o l v i d o s
tomação, por sua especificidade para a FACP. Um para avaliar a atividade da fosfatase ácida. Devido anticorpo monoclonal ligado a um suporte sólido a i m p o r t â n c i a d a d e t e c t a ç ã o d o c a r c i n o m a p r o s tá - u n e -s e a F A C p r o s t á t i c a . U m s e g u n d o a n t i c o r p o tico antes de metastizar, esforços tem sido reali- conjugado a uma enzima (ALP ou peroxidase) z a d o s n o a u m e n t o d a s e n s i b i l i d a d e e e s p e c i f i c i- liga-s e a f o s f a t a s e á c i d a p r o s t á t i c a ; a a tividade da enzima ligada é proporcional aos teores de FACP. Primeiros méto d o s . Historicamente, muitos dos
Outros métodos. Radioimunoensaio, cinética
e n s a i o s d e s e n v o l v i d o s p a r a m e d i r a a t i v i d a d e d a fosfatase alcalina foram adaptados para a fosfa -t a s e á c i d a u t i l i z a n d o o s m e s m o s s u b s t r a t o s m a s Valores de referência para a fosfastase ácida
prostática (Roy)
O emprego do fenilfosfato em pH 4,9 é uma modificaçã o d o m é t o d o d e K i n g -Armstrong para a fosfatase alcalina. Outras adaptações foram reali- Bibliografia consultada
zadas com o β-glicerolfosfato ou 4-nitrofenilfos-f a t o . B O D A N S K Y , O . A c i d p h o s p h a t a s e . A d v . C l i n . C h e m . ,
1 5 :4 4 -1 3 6 , 1 9 7 2 .
T i m o l f t a l e í n a m o n o f o s f a t o . É u m s u b s t r a t o
C A T A L O N A , W . J . , S M I T H , D . S . , R A T L I F F , T . L . e t a l . a u t o -indicador com alto grau de especificidade M e a s u r e m e n t o f p r o s t a t e -specific antigen in serum as a para a FACP. A timolftal e í n a l i b e r a d a a p ó s a a ç ã o s c r e e n i n g t e s t f o r p r o s t a t e c a n c e r . N . E n g l . J . M e d . ,
3 2 4 :
1 1 5 6 -6 1 , 1 9 9 1 .
da fosfatase, desenvolve cor em meio alcalino. CHAN, D. W. AND SOKOLL L. J. Pros tate-specific Antigen:
Fosfatases ácidas provenientes de outros tecidos, Advances and Challenges. Clin Chem. 45:755-756, 1999.
reagem em grau bem menor com este substrato. E W E N , L . M . , S P I T Z E R , R . W . I m p r o v e d d e t e r m i n a t i o n o f E s t e m é t o d o é f r e q ü e n t e m e n t e u s a d o . p r o s t a t i c a c i d p h o s p h a t a s e ( s o d i u m t h y m o l p h t h a l e i n
m o n o p h s o p a h t e s u b s t r a t e ) . C l i n . C h e m . , 2 2 :6 2 7 -3 2 ,
I n i b i ç ã o p e l o L -t a r t a r a t o . A inibição química
dife r e n c i a a f r a ç ã o p r o s t á t i c a p e l o u s o d e L -t a r t a - M A Y N E , P h i l i p D . , D A Y , A n d r e w P . Workbook of clinical
r a t o . A f o s f a t a s e á c i d a t o t a l é d e t e r m i n a d a p o r chemistry: case presentation and data interpretation.
N e w Y o r k : O x f o r d U n i v e r s i t y P r e s s , 1 9 9 4 . 2 0 8 p .
métodos correntes (são utilizados o 4 -nitrofosfato o u α-naftil fosfato como substrato) e, em seguida, R O Y , A . V . , B R O W E R , M . E . H A Y D E N , J . E . S o d i u m t h y m o l p h t h a l e i n m o n o p h o s p h a t o : A n e w a c i d a fração prostática é inibida pelo L-tartarato com p h o s p h a t a s e s u b s t r a t e w i t h g r e a t e r s p e c i f i c i t y f o r t h e n o v a d e t e r m i n a ç ã o d a f o s f a t a s e á c ida. A fração p r o s t a t i c a n z y m e i n s e r u m . C l i n . C h e m . , 1 7 :1093-102,
1 9 7 1 .
prostática é calculada pela diferença entre as duas determinações. Esta medida não é totalmente es - T O W N S E N D , R . M . E n z y m e t e s t s i n d i s e a s e o f t h e prost a t e . A n n . C l i n . L a b . S c i . , 7 :2 5 4 -6 1 , 1 9 7 7 .
pecífica para a FACP já que outras isoenzimas Enzimas 103
Tabela 9.2. Classificação clínica do câncer prostático
D e s c r ição, histologia e resultados do exame digital retal Microscópico, não palpável clinicamente com focos menores do q u e 5 % d o t e c i d o e x a m i n a d o M icroscópico, não palpável clinicamente; com muitas áreas de P a l p á v e l , t u m o r m a c r o s c ó p i c o ≤1 , 5 c m d e d i â m e t r o e m u m Palpável, tumor macroscópico >1,5 cm de diâmetro ou vários n ó d u l o s e m a m b o s o s l o b o s T u m o r c o m e x t e n s ã o e x t r a c a p s u l a r m a s a i n d a c l i n i c a m e n t e l o c a l i z a d o , p a l p á v e l , e s t e n d e n d o - se até a vesícula seminal mas a i n d a n ã o f i x a d o à p a r e d e p é l v i c a T u m o r c o m e x t e n s ã o e x t r a c a p s u l a r m a s a i n d a c l i n i c a m e n t e l o c a l i z a d o , p a l p á v e l e s t e n d e n d o - s e n a v e s í c u l a seminal mas f i x a d o n a p a r e d e p é l v i c a Tumor metastático demonstrável limitado três nódulos pélvicos Tumor metastático demonstrável com nódulos mais extensos ou m e t á s t a s e e x t r a p é l v i c a ( e x . : a o s o s s o s ) Enzimas 104

s enzimas aspartato aminotransferase, AST tes do início dos sintomas. Os aumentos podem A (transaminase glutâmica-oxalacética, GOT) e atingir até 100 vezes os limites superiores dos alanina aminotransferase, ALT (transaminase valores de referência, apesar de níveis entre 20 glutâmica-pinúvica, GPT) catalisam a transferê n - e 50 vezes, serem os mais encontrados. A s cia reversível dos gru pos amino de um aminoácido atividades máximas ocorrem entre o 7 e 120 p a r a o α-cetoglutarato, formando cetoácido e d i a ; d e c l i n a n d o e n t r e a t e r c e i r a e q u i n t a s e- á c ido glutâmico. Estas reações requerem piridoxal ma n a , l o g o a p ó s o d e s a p a r e c i m e n t o d o s s i n t o - mas. Na fase aguda da hepatite viral ou tóxica, a ALT (GPT), geralmente, apresenta atividade A s p a r t a t o + α- c e t o g l u t a r a t o D oxalacetato + ácido glutâmico maior que a AST (GOT). A r elação AST/ALT é A l a n i n a + α- c e t o g l u t a r a t o D p i r u v a t o + á c i d o g l u t â m ico menor que 1. Geralmente, se encontram hiper- As reações catalisadas pelas aminotransferases bilirrubinemia e bilirrubinúria com pequena (transaminases) exercem papéis centrais tanto na e l e v a ç ã o d o s t e o r e s s é r i c o s d a f o s f a t a s e a l c a - síntese como na degradação de aminoácidos. Além disso, como estas reações envolvem a interconver-são dos aminoácidos a piruvato ou ácidos dicarb o- § Cirrose hepática. São detectados níveis até xílicos, atuam como uma ponte entre o metabo - c i n c o v e z e s o s l i m i t e s s u p e r i o r e s d o s v a l o r e s l i s m o d o s a m i n o á c i d o s e c a r b o i d r a t o s . de referê n c i a , d e p e n d e n d o d a s c o n d i ç õ e s d o As aminotransferases estão amplamente distri- progresso da destruição celular; nestes casos, a b u í d a s n o s t e c i d o s h u m a n o s . A s a t i v i d a d e s m a i s atividade da AST (GOT) é maior que a ALT elevadas de AST (GOT) encontram-se no mi o - (GTP). A dis f u n ç ã o h e p a t o c e l u l a r p r o v o c a a cárdio, fígado, músculo esquelético, com peque - síntese prejudicada da albumina, além do pro - nas quantidades nos rins, pâncreas, baço, cérebro, longamento do tempo de protrombina, hiperbi- lirrubinemia, teores de amônia elevadas e ure -mia baixa. A u m e n t o s d a s a m i n o t r a n s f e r a s e s s e m e l h a n t e s a o s e n c o n t r a d o s n a c i r r o s e , s ã o f r e q ü e n t e s n a c o lestase extrahepática, carci-n o m a d e f í g a d o , a p ó s i n g e s t ã o d e á l c o o l , d u -rante o “delirium tremens” e após administra - Desordens hepatocelulares. A AST (GOT) e
ç ã o d e c e r t a s d ro g a s , t a i s c o m o , o p i a t o s , s a l i - a ALT (TGP) são enzimas intracelulares presentes cilatos ou ampicilina. A relação AST/ALT em grandes q u a n t i d a d e s n o c i t o p l a s m a d o s h e p a - tócitos. Lesões ou destruição das células hepáticas liberam estas enzimas para a circulação. A ALT § Mononucleose infecciosa. Pode ocorrer eleva- (GPT) é encontrada principalmente no citoplasma ç õ e s d e a t é 2 0 v e z e s o s v a l o r e s d e r e f e r ê n c i a , d o h e p a t ó c i t o , e n q u a n t o 8 0 % d a A S T ( G O T ) e s t á c o m o e n v o l v i m e n t o h e p á t i c o . p r e s e n t e n a m i t o c ô n d r i a . E s ta diferença tem auxi-l i a d o n o d i a g n ó s t i c o e p r o g n ó s t i c o d e d o e n ç a s § Colestase extra -hepática aguda. Entre as vá- hepáticas. Em dano hepatocelular leve a forma rias causas estão: retenção de cálculos biliares, p r e d o m i n a n t e n o s o r o é c i t o p l a s m á t i c a , e n q u a n t o c a r c i n o m a d e c a b e ç a d e p â n c r e a s e t u m o r d o s e m l e s õ e s g r a v e s h á l i b e r a ç ã o d a e n z i m a mi- tocondrial, elevando a relação AST/ALT. Infarto do miocárdio. Ao redor de 6 a 8 horas
§ Hepatite aguda. Os níveis de aminotransfera- após o infarto do miocárdio, a atividade sérica da s e s s é r i c a s e l e v a m-s e u m a a d u a s s e m a n a s a n - AST (GOT) começa a elevar, atingindo o pico Enzimas 105
máximo (20 a 200 U/mL) entre 18 e 24 horas e, d a n t o í na, etanol, isoniazida, morfina, anticoncep- progressivamente, retornando aos valores de refe- rência ao redor do 5 0 dia. A AST (GOT) n ã o altera na angina pectoris, pericardite e enfermidade vas- Métodos. Alguns métodos utilizados para a d e -
t e r m i n a ç ã o d a a t i v i d a d e d a s a m i n o t r a n s f e r a s e s b a s e i a m-se na formação de cor entre o piruvato ou Distrofia muscular progressiva e dermato-
oxaloacetato e a dinitrofenilhidrazina para formar miosite. Elevações de 4-8 vezes da AST (GOT)
as hidrazonas correspondentes. A alcalinização da e, ocasionalmente, da ALT (GPT), são encontra - mistura desenvolve cor proporcional à conversão dos. Em geral, estão normais em outras enfermi- dos cetoácidos à hidroxiácidos. A dinitrofenilh i- dades musculares, especialmente as de origem drazina também reage com o α-c e t o g l u t a r a t o p ro - v o c a n d o i n t e r f e r ê n c i a s . E s t e s m é t o d o s s ã o o b s o -l e t o s . E m b o l i a p u l m o n a r . A u m e n t o d e 2-3 vezes o
M o n i t o r i z a ç ã o c o n t í n u a . O piruvato ou oxalo-
acetato formados pela ação das aminotransferases s ã o a c o p l a d o s a u m a s e g u n d a r e a ç ã o o n d e o p i r u - P a n c r e a t i t e a g u d a . Provoca aumentos mode -
vato (pela ação da ALT) ou oxaloacetato (pela r a d o s d e d u a s a c i n c o v e z e s o n o r m a l . ação da AST) são reduzidos pela NADH em rea- Insuficiência cardíaca congestiva.
ç ão catalisada pela lactato d e s i d r o g e n a s e ( p a r a a ALT) ou malato desidrogenase (para a AST). A de AST podem estar aumentados em graus de leve transformação da NADH por oxidação à NAD + é a moderado, provavelmente, refletindo a necrose monitorada em 340 nm. É adicio nado piridoxal 5’- h e p á t i c a s e c u n d á ria ao suprimento sangüíneo in a- fosfato para suplementar o teor de coenzima no s o r o e a s s i m d e s e n v o l v e r ativid a de máxima. Este Outras desordens.
princípio é utilizado na tecnologia de química p e q u e n o s a u m e n t o s n a g a n g r e n a , e s m a g a m e n t o muscular, enfermidade hemolíticas, distrofia Valores de referência a 37 oC (U/L)
muscular progressiva, dermatomiosite, colangite (inflamação dos ductos biliare s ) e i n f e c ç ã o p o r Bibliografia consultada
B R U N S , D . , S A V O R Y , J . , T I T H E R A D G E , A . e t a l . E v a l u a t i o n o f t h e I F CC-r e c o m m e n d e d p r o c e d u r e f o r s e r u m a sp a r t a t e a m i n o t r a n s f e r a s e a s m o d i f i e d f o r u s e P a c i e n t e : N ã o n e c e s s i t a c u i d a d o s e s p e c i a i s .
w i t h t h e c e n t r i f u g a l a n a l y z e r . C l i n . C h e m . , 2 7 :1 5 6-9,
1 9 8 1 .
Amostra. S o r o isento de hemólise, pois a ativ i-
C O H E N , J . A . , K A P L A N , M . M . T h e S G O T / S G P T r a t i o n a i n d i c a d o r o f a l c o h o l i c l i v e r d i s e a s e . D i g . D i s . S c i . ,
d a d e d a s a m i n o t r a n s f e r a s e s é m a i o r n o s e r i t r ó c i- 2 4 :8 3 5 -8 , 1 9 7 9 .
t os. A atividade da enzima permanece inalterada K A R M E N , S . A n o t e o n t h e s p e c t r o p h o t o m e t r i c a s s a y o f por 24 horas em temperatura ambiente e mais de g l u t a m i c-oxalacetic transaminase in human bloodserum. J . C l i n . I n v e s t . , 3 4 :1 3 1 -3 , 1 9 5 5 .
REITMAN, S., FRANKEL, S.A. A colorimetric method for the Interferentes. Valores falsamente aumentados:
determination of serum glutamic oxalacetic and glutamic
p i r u v i c t r a n s a m i n a s e s . A m . J . C l i n . P a t h . , 2 8 :5 7 -6 3 ,
paracetamol, ampicilina, agentes anestésicos, c lo ranfenicol, codeína, cumarínicos, dife nilhi- 106 Bioquímica Clínica: Princípios e Interpretações

γ-glutamiltransferase (γ-GT) catalisa a trans - Nas doenças hepatocelulares incluem também a A ferência de um grupo γ-glutamil de um peptí- elevação das transaminases, bilirrubinas, tempo de dio para outro peptídio ou para um aminoácido protrombina prolongado e hipoalbuminemia. produzindo aminoácidos γ-glutamil e cis tenil-glicina. Está envolvida no transporte de aminoáci- Enfermidades hepáticas induzidas pelo
d o s e p e p t í d i o s a t r a v é s d a s m e m b r a n a s c e l u l a r e s , álcool. A liberação da γ-GT no soro reflete os
n a s í n t e s e p r o t é i c a e n a r e g u l a ç ã o d o s n í v e i s d e efeitos tóxicos do álcool e drogas (ex.: fenitoína) glutatião tecidual. A γ-GT é encontrada no fígado, s o b r e a s e s t r u t u r a s m i c r o s s o m i a i s d a s c é l u l a s h e - rim, in t e s t i n o , p r ó s t a t a , p â n c r e a s , c é r e b r o e c o ra - p á t i c a s . A γ-GT é um indicador do alcoolismo, particularmente, da forma ocult a. Em geral, as elevações enzimáticas nos alcoólatras variam e n -t r e 2-3 vezes os valores de referência. Por outro lado, a ingestão de álcool em ocasiões sociais não aumenta, significativamente, a γ-GT. Estes en- Apesar da atividade enzimática ser maior no rim, s aio s s ã o ú t e i s n o a c o m p a n h a m e n t o d o s e f e i t o s da a enzima presente no soro é de origem, principal- a b s t e n ç ã o d o á l c o o l . N e s t e s c a s o s , o s n í v e i s v o l- mente, do sistema hepatobiliar. No f í g a d o , a γ-GT t a m a o s v a l o r e s d e r e f e r ê n c i a e m d u a s o u t r ê s está localizada nos canalículos das células hepáti- s e m a n a s , m a s p o d e m e l e v a r n o v a m e n t e s e o u s o cas e, particularmente, nas células epiteliais que do álcool é retomado. Em vista da susceptibili- revestem os ductos biliares. Deste modo, o princi- d a de da indução enzimática, a interpretação da pal valor clínico na avaliação da γ-GT é no estudo γ-GT em qualquer caso, deve ser realizada à luz d a s d e s o r d e n s h e p a t o b i l i a r e s . O g r a u d e elevação d o s e f e i t o s d e d r o g a s e á l c o o l . O d i a g n ó s t i c o d o é ú t i l n o d i a g n ó s t i c o d i f e r e n c i a l e n t r e a s d e s o r- u s o d e á l c o o l p o d e s e r c o m p l e m e n t a d o p e l o s s e- d e n s h e p á t i c a s e d o t r a t o b i l i a r . Obstrução intra -h e p á t i c a e e x t r a -hepática.
§ Volume celular médio (VCM) dos eritrócitos. O S ã o o b s e r v a d o s o s m a i o r e s a u m e n t o s ( 5 -30 vezes v a l o r d i a g n ó s t i c o d a γ-GT é aumentado quando os limites superiores dos valores de referência) a macrocitose é encontra da pela medida do n a s c o l e s t a s e s d o t r a t o biliar – p r o c e s s o p a t o l ó - g ico primário da cirrose biliar, colestase intra -hepática e obstrução biliar extra -h e p á t i c a . A γ-GT § Tranferrina deficiente em carboidratos (CDT). é m a i s s e n s í v e l e d u r a d o u r a q u e a f o s f a t a s e a l c a - Em pacientes com doença induzida pelo álcool, lin a , a s t r a n s a m i n a s e s e a n u c l e o t i d a s e , n a a transferrina plasmática tem um reduzido d e t e c t a ç ã o d e i c t e r í c i a o b s t r u t i v a , c o l a n g i t e e conteúdo de carboidratos (ácido siálico). O c o l e c i s t i t e . Além disso, a γ-GT é útil na diferenci- t e or de CDT plasmático está aumentado em, ação da fonte de elevação da fosfatase alcalina – a aproximadamente, 90% dos pacientes que inge- γ-GT apresenta valores normais nas desordens ó s s e a s e d u r a n t e a g r a v i d e z . A γ-GT é particula r- mente importante na avaliação do envolvimento E t a n o l s a n g ü í n e o . h e patobiliar em adolescentes, pois a atividade da f o s f a t a s e a l c a l i n a e s t á e l e v a d a d u r a n t e o c r e s ci- Hepatite infeciosa. Aumentos de 2 a 5 vezes os
valores de referência; nestes casos a determinação das aminotranferases (transaminases) é de maior utilidade. Enzimas 107
Neoplasmas. Pri m á r i o s o u s e c u n d á r i o s a p re -
Amostra. S o r o s a n g ü í n e o . Estável por uma s e -
s e n t a m a t i v i d a d e d a γ-GT mais intensa e mais mana em temperatur a a m b i e n t e . Q u a n d o c o n g e - p r e c o c e q u e o u t r a s e n z i m a s h e p á t i c a s . la d a é e s t á v e l p o r 3 m e s e s . Esteatose hepática (fígado gorduroso). É a
Métodos. Os primerios métodos de análise da
mais comum das hepatopatias alcoólicas, mas γ-GT empregavam o glutatião como substrato. O também é descrita em outros quadros, como: h e - d e s a p a r e c i m e n t o d o s u b s t r a t o o u a f o r m a ç ã o d e p a t i t e s m e d ic a m e n t o s a s , g e s t a ç ã o , n u t r i ç ã o p a - produto era detectada por cromatografia, mano - r e n t e r a l , c o r t i c o t e r a p i a , d i a b e t e s e n a s d e s n u t ri- m e t r i a o u a b s o r v â n c ia em UV. ç õ e s p r o t é i c a s . P e q u e n o s a u m e n t o s ( 2 a 5 v e z e s o γ-Glutamil-p-nitroanilina. O substrato mais
valor superior de referência) ocorrem pela indução u s a d o p a r a a a n á l i s e d a γ-GT é a γ-glutamil-p - das enzimas microssomiais pelo álcool. Nas outras nitroanilida. O resíduo γ-glutamil do substrato c o n d i ç õ e s o s a u m e n t o s s ã o m e n o r e s . doador é transferido para a glicilglicina, liberando a p -nitroanilina, um produto cromogênico com Drogas. A γ-GT está presente em grandes quan-
a b s o r v â n c ia em 405-420 nm. Esta reação tanto t i d a d e s n o r e t í c u l o en doplasmático liso e, por- p o d e s e r u s a d a c o m o m é t o d o d e m o n i t o r i z a ç ã o t a n t o , s u s c e p t í v e l a i n d u ç ã o d e a u m e n t o d a s u a contínua como de ponto final. Em química seca a t i v i d a d e p o r d ro gas, tais como a fenitoína, warfa - (D T V i t r o s) a alteração de reflexo é empregada rina e fenobarb it a l . N e s t e s ca s o s , a s e l e v a ç õ e s a t ingem níveis 4 vezes maiores que os limites s u p e r i o r e s d o s v a l o r e s d e r e f e r ê n c i a . Interferências. Resultados falsamente elevados:
fenitoína, fenobarbital, glutemidina e metaqua-
Fibrose cística (mucoviscidose). Elevam a
γ
-GT por complicações hepáticas decorre n t e s . Valores de referência (U/L)
Câncer prostático. S ã o e n c o n t r a d o s n í v e i s m o -
deradamente elevados. Outros tipos de câncer com metástase hepática também provocam aumentos da enzima. Bibliografia consultada
Outras condições. L u p u s e r i t e m a t o s o s i s t êmico
B E R T E L L I , M . S . , C O N C I , F . M . Álcool e fígado. Caxias do
C o m m i t t t e e o n E n z y m e s o f t h e S c a n d i n a v i a n S o c i e t y f o r C l i n i c a l C h e m i s t r y a n d C l i n i c a l P h y s i o l o g y : Atividade normal da enzima é encontrada em R e c o m m e n d e d m e t h o d f o r t h e d e t e r m i n a t i o n o f γ- enfermidades ósseas (enfermidade de Paget, neo - g l u t a m y l t r a n s f e r a s e i n b l o o d . S c a n d . J . C l i n . L a b .
I n v e s t . , 3 6 :
1 1 9 -2 5 , 1 9 7 6 .
plasma ósseo), em crianças acima de u m ano e em m u l h e r e s g r á v i d a s s a u d á v e i s – condições em que I F C C E x p e r t P a n e l o n E n z y m e s : I F C C m e t h o d s f o r t h e m e a s u r e m e n t o f t he catalytic concentration of enzymes. a f o s f a t a s e a l c a l i n a e s t á a u m e n t a d a . A p e s a r d a I V : I F C C m e t h o d f o r γ-g l u t a m i l t r a n s f e r a s e . J . C l i n .
γ-GT ser encontrada no pâncreas e rins, a enzima C h e m . C l i n . B i o c h e m . , 2 1 :6 3 3 -4 6 , 1 9 8 3 .
não eleva em desordens nestes órgãos a menos que L O N D O N , J . W . , S H A W , L . M . , T H E O D O R S E N , L . , S T R O M E , J . H . A p p l i c a t i o n o f r e s p o n s e s u r f a c e
m e t h o d o l o g y t o t h e a s s a y o f g a m m a -
g l u t a m y l t r a n s f e r a s e . C l i n . C h e m . , 2 8 :1 1 4 0 -3 , 1 9 8 2 .
R O S A L K I , S . B . G a m m a -g l u t a m y l t r a n s p e p t i d a s e . A d v .
C l i n . C h e m . , 1 7 :5 3 -1 0 7 , 1 9 7 5 .
SMITH, A. F., BECKETT, G. J., WALKER, S. W., ERA, P. W. H. P a c i e n t e . Deve permanecer em jejum por 8 h o -
Clinical biochemistry. 6 ed. London : Blackwell Science, 1998.
ras, à exceção da ingestão de água. Além disso, n ã o d e v e i n g e r i r á l c o o l d u r a n t e 2 4 h o r a s a n t e s d a SZASZ, G. A kinetic photometric method for serum gamma- g l u t a m y l t r a n s p e p t i d a s e . Clin. Chem., 15:124-36, 1969.
108 Bioquímica Clínica: Princípios e Interpretações

lactato desidrogenase (LD) é uma enzima da A classe das oxidorredutases que catalisa a oxidação reversível do lactato a piruvato, em pre - sença da coenzima NAD+ q u e a t u a c o m o d o a d o r o u a c e p t o r d e h i d r o g ê n i o . I n farto agudo do miocárdio. A LD no soro
Lactato + NAD+ + D Piruvato + NADH+ + H+ aumenta 8 a 12 horas após o infarto do miocárdio, atingindo o pico máximo entre 24-4 8 h o r a s ; e s t e s A L D e s t á p r e s e n t e n o c i t o p l a s m a d e t o d a s a s valores permanecem aumentados por 7 a 12 dias células do organismo. Sendo rica no miocárdio, fígado, músculo esquelético, rim e eritrócitos. Os níveis teciduais de LD são, aproximadamente, 500 Insuficiência cardíaca congestiva, mioca r-
v e z e s m a i o r e s d o q u e o s e n c o n t r a d o s n o s o r o e dite, choque ou insuficiência circulatória.
lesões naqueles tecidos provocam elevações pla s- A LD el eva m ai s do q ue 5 vezes o s v alo res d e A n e m i a m e g a l o b l á s t i c a . A deficiência de fo -
lato ou vitamina B 1 2 p r o v o c a d e s t r u i ç ã o d a s c é lu - l a s p r e c u r s o r a s d o s e r i t r ó c i t o s n a m e d u l a ó s s e a e aumenta, em até 50 vezes, a atividade da enzima sérica por conta das isoenzimas LD -1 e LD -2 q u e D e v i d o a p r e s e n ç a d a l a c t a t o d e s i d r o g e n a s e e m v á r i o s t e c i d o s , a u m e n t o s d o s t e o r e s s é r i c o s d a mesma é um achado inespecífico. É possível obter V á l v u l a c a r d í a c a a r t i f i c i a l . É u m a c a u s a d e
informações de maior significado clínico pela hemólise que eleva as frações LD -1 e LD -2. separação da LD e m s u a s c i n c o f r a ç õ e s i s o e n zi-m á t i c a s . A s i s o e n z i m a s d e L D s ã o d e s i g n a d a s d e Enfermidade hepática. O s a u m e n t o s n ã o s ã o
acordo com sua mobilidade eletroforética. Cada t ã o e f e t i v o s c o m o o s d a s transaminases (amin o - isoenzima é um tetrâmero formado por quatro s u b u n i d a d e s c h a m a d a s H p a r a a c a d e i a p o l i p e p t í -d i c a c a r d í a c a e M p a r a a c a d e i a p o l i p e p t ídica § Hepatite infecciosa tóxica com icterícia, pro - muscular esquelética. As cinco isoenzimas encon- v o c a a u m e n t o d e a t é 1 0 v e z e s o s v a l o r e s d e r e - Percentagem
Localização
§ Hepatite viral, cirrose e icterícia obstrutiva, M i o c á r d i o e e r i t r ó c i t o s apresentam níveis levemente aumentados: uma M i o c á r d i o e e r i t r ó c i t o s o u d u a s v e z e s o s v a l o r e s superiores de referê n- P u l m ã o , l i n f ó c i t o s , b a ç o , Mononucleose infeciosa. Os teores séricos da
LD são geralmente altos, talvez porque a LD seja
liberada dos agregados das células mononucleares A h e m ó l i s e p r o d u z i d a d u r a n t e a c o l e t a e / o u manipulação de sangue, eleva as frações LD -1 e E n f e r m i d a d e r e n a l . Especialmente n e c r o s e
t u b u l a r e p i e l o n e f r i t e . Entretanto estes aumentos Enzimas 109
n ã o e s t ã o c o r r e l a c i o n a d o s c o m a p r o t e i n ú r i a e cular não está associado a nenhuma anormalidade outros parâmetros da enfermidade renal. No infarto do miocárdio tem-s e o s n í v e i s d a Doenças malignas. Mostram incrementos da
fração LD -1 e LD -2 aumentados, as isoenzimas LD no soro, especialmente aquelas com metásta - das quais o miocárdio é particularmente rico (ver s e s h e p á t i c a s . E l e v a ç õ e s i m p o r t a n t e s s ã o e n c o n - tradas n a e n f e r m i d a d e d e H o d g k i n , c â n c e r a b d o - Além do lactato, a LD pode a t u a r s o b r e o u t r o s m i n a l e p u l m o n a r . s u b s t r a t o s , t a i s c o m o o α-hidroxibutirato. A subu-nidade H tem afinidade maior pelo α-hidroxibuti- Distrofia muscular progressiva. A u m e n t o s
r a t o d o q u e a s s u b u n i d a d e s M . I s t o p e r m i t e o u s o m o d e r a d o s e s p e c i a l m e n t e n o s e s t á g i o s i n i c i a i s e d e s t e s u b s t r a t o n a m e d i d a d a a t i v idade da LD -l e médios da doença: eleva a fração LD -5. LD-2 , q u e c o n s i s t e m q u a s e i n t e iramente d e s u b u -n i d a d e s H . E s t e e n s a i o é c o n h e c ido como a me - Trauma muscular e exercícios muito inte n-
d i d a d a a t i v i d a d e d a α-hidroxibutirato desidroge- sos. Eleva principalmente a LD -5 , d e p e n d e n d o d a
A α-HBD não é uma enzima distinta, é, isto sim, representante da atividade da LD -1 e LD -2. A E m b o l i a p u l m o n a r . A isoenzima LD -3 e s t á
a t i v i d a d e d a α-HDB está aumentada naquelas e l e v a d a p r o v a v e l m e n t e p e l a g r a n d e d e s t r u i ç ã o d e c o n d ições em que as frações LD -1 e LD -2 e s t ã o p l a q u e t a s a p ó s a f o r m a ç ã o d o ê m b o l o . elevadas. No infarto do mio cárdio, a atividade da α-HBD é muito similar aquela da LD -l. Pneumocistose. Em pacientes portadores do
Foi proposto o cálculo da relação LD/ α-HBD vírus da imunodeficiência adquirida. Esta suspeita que, em adultos varia entre 1,2 a 1,6. Nas enfermi - d e v e s e r c o n f i r m a d a a t r a v é s d o s c a r a c t e r e s c l í n i- d a d e s h e p á t i c a s p a r e n q u i m a i s , a relação se situa c o s e d o s n í v e i s d e h i p o x e m i a d o s g a s e s a r t e r i a i s . entre 1,6 a 2,5. No i n f a r t o d o m i o c á r d i o , com aumento da LD -1 e LD -2 a relação diminui para 0,8 a 1,2. CORRELAÇÃO CLÍNICA DAS ISOENZIMAS DA LD As isoenzimas apresentam alterações em várias enfermidades que refletem a natureza dos tecidos envolvidos. Elevações da atividade da LD na urina de três a Aumentos da LD -3 ocorrem com freqüência em s e i s v e z e s o s v a l o r e s d e r e f e r ê n c i a e s t ã o a s s o c i a - p a c i e n t e s c o m v á r i o s t i p o s d e c a r c i n o m a s . d a s c o m g l o me rulonefrite crônica, lupus eritema - As isoenzimas LD -4 e LD -5 s ã o e n c o n t r a d a s , t o s o s i s t ê m i c o , n e f r o e s c l e r o s e d i a b é t i c a e câncer fundamentalmente, no fígado e músculo esquelé - d e b e x i g a e r i m . A determinação da LD na urina é t ico, com o predomínio da fração LD -5 . A s sim afetada pela presença de inibidores como a uréia e s en do, os níveis LD -5 s ã o ú t e i s n a d e t e c t a ç ã o d e p e q u e n o s p e p t í d i o s e d e p o ssíveis inativações da d e s o r d e n s h e p á t i c a s – particularmente, distúrbios e n z i m a s o b c o n d i ç õ e s d e p H a d v e r s o s n a u r i n a . intra -h e p á t i c o s – e desordens do músculo esquelé -t ico, como a distrofia muscular. Na suspeita de enfermidade hepática, com LD total muito au - m e n t a d a e q u adro isoenzimático não-e s p e c í f i c o , existe grande possibilidade da presença de câncer. Em condições normais a atividade da LD no lí - A LD pode formar complexos com imunoglo - q u ido cefalorraquidiano (LCR) é bem menor do b u l i n a s e r e v e l a r b a n d a s a t í p i c a s n a e l e t r o f o r e s e . q u e a e n c o n t r a d a n o s o r o s a n g ü í n e o . A d i s t r i b u i- O complexo com a IgA e IgG, geralmente migra ção is o enzimática é LD 1 >LD3 >LD2 >LD4 >LD5 . No entre a LD -3 e LD -4. Este complexo macromole - e n tanto, estes valores podem aumentar e/ou modi- 110 Bioquímica Clínica: Princípios e Interpretações
fic a r e m p r e s e n ç a d e h e m o r r a g i a o u l e s ã o n a b a r- ç ã o , a q u a n t i d a d e d e p i r u v a t o c o n s u m i d a é d e t e r- re ira cerebral sangüínea provocada por enfermida- minada pela adição de d i n i t r o f e n i l h i d r a z i n a para d e s q u e a d icionam LD de origem sistêmica ao formar um composto colorido (hidrazona) medido LCR. Além disso, as isoenzimas da LD são libera - fotometricamente. Esta metodologia está sendo das das células que se infiltram no LCR. Por a b a n d o n a d a e m d e t r i m e n t o a o s e n s a i o s “ c i n é t i- exemplo, na m e n i n g i t e b a c t e r i a n a , a granulocitose c o s ”. Em outro método colorimétrico, a NADH resultante produz elevações da LD -4 e LD -5, en- formada reage com sais tetrazólicos para produzir q u a n t o a m e n i n g i t e v i r a l c a u s a li n f o c i t o s e q u e P i r u v a t o à l a c t a t o . Muitos métodos medem a
Alguns autores observaram aumentos na fração i n t e r c o n v e r s ã o d e l a c t a t o / p i r u v a t o u t i l i z a n d o a LD-5 no LCR em presença de tumores metastati- coenzima NAD+ e NADH medida em 340 nm. As zados, enquanto em tumores cerebrais primários r e a ç õ e s p rocedem do lactato → piruvato, ou de mostram aumento em todas as frações. Em neo - m o d o i n v e r s o , p i r u v a t o → lactato. A velocidade natais, elevações da LD s ão observadas em hemo r- da reação reversa é três vezes mais rápida, permi- ragias intracraneanas e estão de forma significa- tindo o emprego de reagentes mais baratos, amo s- t iv a a s s o c i a d a s c o m d i s t ú r b i o s n e u r o l ó g i c o s c o m t r a s p e q u e n a s e m e n o r t e m p o d e i n c u b a ç ã o . En - c o n v u l s õ e s e h i d r o e n c e f a l i a . t r e t a n t o , a r e a ç ã o r e v e r s a é m a i s s u s c e p t í v e l a e x a u s t ã o d o s u b s t r a t o e a p e r d a d e l i n e a r i d a d e . O filme usado em química seca (D T V i t r o s) contêm o s r e a g e n t e s p a r a o e m p r e g o d a c o n v e r s ã o d o piruvato e NADH, em lactato e NAD+. P a c i e n t e . Não é exigido preparo especial.
Valores de referência para a
Amostra. S o r o o u p l a s m a h e p a r i n i z a d o ou LCR.
lactato desidrogenase (U/L)
O soro e plasma devem estar completamente i s e n t o s d e h e m ó l i s e , p o i s o s e r i t r ó c i t o s c o n t é m 100-150 vezes mais LD. Estável por 24 h em tem- Bibliografia consultada
Interferentes. Resultados falsamente elevados:
á c i d o a s c ó r b i c o , a n fotericina B, barbitúricos, car-
C A B A U D , P . G . , W R Ó B L E W S K I , F . C o l o r i m e t r i c m e a s u re m e n t o f l a c t i c d e h y d r o g e n a s e a c t i v i t y o f b o d y bonato de lítio, clofibrato, carbutamina, cefalo - f l u i d s . A m . J . C l i n . P a t h . , 3 0 :2 3 4 -6 , 1 9 8 1 .
t ina, clonidina, cloridrato de clorpromazina, clori- C H A T T E R L Y , S , S U N , T . , L I E N , Y . D i a g n o s t i c v a l u e o f drato de procainamida, codeína, dextran, floxuri- l a c t a t e d e h y d r o g e n a s e i s o e n z y m e s i n c e r e b r o s p i n a l dina, hormônio tireóideo, lorazepam, meperidina, f l u i d . J . C l i n . L a b . A n a l . , 5 :1 6 8 -7 4 , 1 9 9 1 .
mitramicina, morfina, nia cina, nifedipina, propra - S T U R K , A . , S A N D E R S , G . T . B . M a c r o e n z y m e s : p r e v a l e n c e , c o m p o s i t i o n , d e t e c t i o n a n d c l i n i c a l nolol e metildopa. R e s u l t a d o s f a l s a m e n t e r e d u zi - r e l e v a n c e . J . C l i n . C h e m . C l i n . B i o c h e m . , 2 8 :6 5 -8 1 ,
dos: esteróides anabólicos, androgênios oxalatos e W o r k i n g G r o u p o n E n z y m e s o f t h e G e r m a n S i c i e t y f o r C l i n i c a l C h e m i s t r y : P r o p o s a l f o r s t a n d a r d m e t h o d s f o r t h e d e t e r m i n a t i o n o f e n z y m e c o n c e n t r a t i o n s i n s e r u m Métodos. A a t i v i d a d e d a l a c t a t o d e s i d r o g e n a s e
a n d p l a s m a a t 3 7 o C . C l i n . C h e m . C l i n . B i o c h e m . ,
pode ser avaliada em termos da velocidade de 2 8 :8 0 5 -8 , 1 9 9 0 .
transformação do piruvato a lactato. Após incuba- Enzimas 111
enzima creatina quinase (CK) catalisa a fo s - mente, 20% de CK-MB. O soro normal contém ao A forilação reversível da creatina pela adeno- redor de 94-100% de CK-MM. A CK-MB está s ina trifosfato (ATP) com a formação de creatina c o n f i n a d a q u a s e e x c l u s i v a m e n t e n o t e c i d o c a r d í - f o s f a t o . A C K e s t á a s s o c i a d a c o m a g e r a ç ã o d e a c o . N í v e i s e l e v a d o s d e C K -M B s ã o d e g r a n d e A T P n o s s i s t e m a s c o n t r á t e i s o u d e t r a n s p o r t e . A s ignificado diagnóstico no infarto agudo do mi o - f u n ç ão fisiológica predominante desta enzima cárdio. Existe uma quarta forma que difere das o c o r r e n a s c é l u l a s m u s c u l a r e s , o n d e e s t á e n v o l- frações anteriores, chamada CK-Mt, localizada no v ida no armazenamento de creatina fosfato (com- espaço entre as membranas internas e externas das posto rico em energia). Cada ciclo de contração mitocôndrias e corresponde a 15% da atividade da muscular promove o consumo de ATP com forma - A macro -CK está associada à imunoglobulinas A c r e a t i n a q u i n a se está amplamente distribuída r e p r e s e n t a n d o 0,8-1,6% da atividade da CK e não n o s t e c i d o s , c o m a t i v i d a d e s m a i s e l e v a d a s n o e s t á r e l a c i o n a d a a n e n h u m a e n f e r m i d a d e e s p e c í - músculo es quelético, cérebro e tecido cardíaco. fic a . N a s l e s õ e s t e c i d u a i s e x t e n s a s c o m r u p t u r a Q u a n t i d a d e s m e n o r e s s ã o e n c o n t r a d a s n o r i m , das mitocôndrias, a CK-M t p o d e s e r d e t e c t a d a n o diafragma, tireóide, placenta, bexiga, útero, pul- soro. Sua presença também não está relacionada a mão, próstata, baço, reto, cólon, es t ô mago e nenhuma enfermidade especifíca, mas parece indi- p â n c r e a s . O f í g a d o e e r i t r ó c i t o s s ã o e s s e n c i a l- c a r d o e n ç a s s e v e r a s , c o m o t u m o r e s m a l i g n o s e m e n t e d e s p r o v i d o s d e s t a e n z i m a . a n o r m a l i d a d e s c a r d í a c a s . A c r e a t i n a q u i n a s e c o n s i s t e d e u m d í m e r o c o m- A a t i v i d a d e s é r i c a d a C K e s t á s u j e i t a a v a r i a ç õ e s p o s t o d e d u a s s u b u n i d a d e s ( B o u c é r e b r o e M o u fisiológicas que interagem e afetam a atividade da muscular) q u e s ã o s e p a r a d a s e m t r ê s f o r m a s m o le- enzima, tais como: sexo, idade, massa muscular, § CK-BB ou CK-1, encontrada predominante- Enfermidades do músculo esquelético.
m e n t e n o c é r e b r o . R a r a m e n t e e s t á p r e s e n t e n o Como uma das principais localizações da creatina quinase é o músculo esquelético, os níveis séricos e s t ã o f r e q ü e n t e m e n t e e l e v a d o s n a s l e s õ e s d e s t e s § CK-MB ou CK-2, forma híbrida, predominante § Distrofia muscular progressiva, particula r- § CK-MM ou CK-3, predominante no músculo mente a de D u c h e n e (distúrbio recessivo ligado ao cromossomo X) apresenta atividade de CK 50 a 100 vezes os limites superiores dos valo -res de referência. Apesar da CK total ser de E s t a s t r ê s i s o e n z i m a s s ã o e n c o n t r a d a s n o grande utilidade n e s t a s d e s o r d e n s , n ã o é u m a citosol ou associadas à estruturas miofibrilares. O avaliação inteiramente específica já que eleva- mú s culo esquelético contém quase inteiramente ç õ e s t a m b é m s ã o e n c o n t r a d a s e m o u t r a s a n o r- CK-M M , c o m p e q u e n a s q u a n t i d a d e s d e C K -MB. m a l i d a d e s d o m ú s c u l o c a r d í a c o e e s q u e l é t i c o . A maior atividade da CK no músculo cardíaco é Em distrofias como a de B e c k e r e a d e Dreifuss também atribuída a CK-M M com, aproximada - 112 Bioquímica Clínica: Princípios e Interpretações
o s n í v e i s d e C K s é r i c a s ã o n o r m a i s o u l e v e - v o l v e m o c o r a ç ã o , a p e s a r d e n e m t o d o s o s au - mentos indicarem o envolvimento miocárdico. § Miosite viral e polimiosite apresentam valores § Infarto do miocárd io, ver discussão das enzi- b a s t a n t e e l e v a d o s d e C K ; n o e n t a n t o , d o e n ç a s mas no infarto do miocárdio (v. adiante). musculares neurogênicas, como: m i a s t e n i a g r a v i s , e s c l e r o s e m ú l t i p l a , p o l i o m i e l i t e e p a - § Condições e procedimentos cardíacos, tais r k i n s o n i s m o a atividade enzimática é normal. como: angina pectoris, choque cardiogênico, cirurgia cardíaca incluindo transplante, taqui- § Hipertermia maligna, uma enfermidade fami - cardia, cateterização cardíaca, arteriografia c o- liar rara mas severa caracterizada por febres r o n á ria, insuficiência cardíaca congestiva e a n- a ltas, convulsões e choque e desencadeada pela gioplastia coronária percutânea transluminal administração de anestesia geral. Muitos destes elevam em níveis moderados a CK total ou a pacientes apresentam evidências de miopatia. CK-2 (CK-M B ) , o u a m b a s ; e s t a s e l e v a ç õ e s p o - A t i v i d a d e s b a s t a n t e e l e v a d a s d a C K s ã o e n - dem mascarar subsequentes infartos do mi o - c o n t r a d a s n o e s t á g i o a g u d o p ó s -anestesia. P e- q u e n o s a u m e n t o s m u i t a s v e z e s p e r s i s t e m e p o-d e m t a m b é m s e r d e t e c t a d o s e m p a r e n t e s d o s § Miocardite, promove aumentos marcantes da § Polimiopatia necrosante, onde existe destru i- Enfermidades do sistema nervoso central.
ç ã o d o m ú s c u l o d e v i d o a o i n f a r t o o u n e c r o s e A p e s a r d a a l t a c o n c e n t r a ç ã o d e C K n o t e c i d o c e - m u s c u l a r , l e s õ e s p o r esmagamento, alcoolismo, rebral, o soro raramente contém CK-1 (CK-BB). hipertermia maligna, exercícios intensos, Devido ao seu tamanho molecular (80.000), a mioglo binúria recorrente, certas enfermidades p a s s a g e m a t r a v é s d a m e m b r a n a s a n g u e -cérebro é meta bólicas hereditárias do músculo, viroses, inje ç õ e s i n t r a m u s c u l a r e s ( o s a u m e n t o s d a C K p o dem persistir por mais de 48 h) e § Lesões no crânio com dano cerebral, nestes i n t e r v e n ç õ e s c i r ú r g i c a s . c a s o s , q u a n t i d a d e s s i g n i f i c a n t e s d e C K -1 (CK-B B ) p o d e m s e r d e t e c t a d a s n o s o r o ; a e x t e n s ã o § Drogas, elevações em doses farmacológicas: d e s t e s a u m e n t o s e s t ã o c o r r e l a c i o n a d a s c o m a s e v e r i d a d e d o d a n o e t a m b é m c o m o p r o g n ó s - carbenoxolone, clofibrato, ciclopropano, danazol, éter dietílico, dietilstilbrestol, halotano, labetalol, lid o caína, D-penicilina, § Enfermidade cardiovascular, n eurocirurgia e pindolol, stanozol, quin id i n a e s u c cinilcolina. i s q u e m i a c e r e b r a l aumentam a fração CK-3 N o s c a s o s d e a b u s o o u “ o v e r d o s e ” c o m o a amitriptylina, anfetaminas, barbitúricos, etanol, glutetimida, heroína, imipramina e § Hemorragia subaracnóidea, paradoxalmente a fenciclidina podem aumentar a ativ i d a d e d a isoenzima CK-2 (CK-M B ) p o d e s e r d e t e c t a d a f r e q ü e n t e m e n t e n e s t e s p a c i e n t e s . E s t e a c h a d o sugere comprometimento do miocárd i o a p ó s § Estados psicóticos agudos, os incrementos são, p r o v a velmente, provocados por anormalidades d o m ú s c u l o e s q u e l é t i c o . § Síndrome de Reye, (desordem da infância ca- racterizada pelo inchamento agudo do cérebro Enfermidades cardíacas. S ã o c o m u n s o s a u -
com infiltração gordurosa e disfunção hepática m e n t o s d a a t i v i d a d e d a C K e m s i t u a ç õ e s q u e e n - sem icterícia), a CK total está aumentada em Enzimas 113
até 70 vezes, principalmente a isoenzima CK- intramusculares e massagem muscular recente. 1; a extensão total da elevação da CK parece Drogas: acetato de dexametasona, ácido aminoca- s e r u m i n d i c a d o r d a s e v e r i d a d e d a e n c e f a l o p a - próico, carbonato de lítio, clofibrato, cloreto de s uccinilcolina, cloridrato de meperidina, codeína, digoxina, etanol, fenobarbital, furosemida, glute - Enfermidades da tireóide. A atividade da CK
timida, guanetidina, halotano, heroína, imipramina sérica demonstra uma relação inversa com a ativ i- Métodos para a CK total. A determinação da
§ Hipotireoidismo, a atividade da CK eleva em 5 a t i v i d a d e d a c r e a t i n a q u i n a s e e m p r e g a p ro d u t o s v e z e s o s limites superiores de referência, mas formados na reação direta (creatina fosfato + o s a u m e n t o s c h e g a r a 5 0 v e z e s e s ã o d e v i d o s ADP) ou inversa (creatina + ATP). Tanto o ATP como o ADP são medidos por reações específicas. (incremento na permeabilidade da membrana) M é t o d o d e Oliver-R o s a l k i . Os métodos mais
provavelmente, na redução da depuração de CK empregados utilizam a reação reversa, onde em como efeito do hipometabolismo; a principal c o n d i ç õ e s ó t i m a s s e d e s e n v o l v e s e i s v e z e s m a i s isoenzima presente é a CK-3 (CK-M M ) , a p e s a r rapidamente que a reação direta. Olivier descreveu de 13% da atividade da CK ser devida à fração uma seqüência de reações onde a transformação de CK-2 (CK-M B ) , s u g e r i n d o u m p o s s í v e l creatina fosfato em creatina e ATP, catalisada e n v o lvimento do miocárdio (de qualquer modo, pela creatina quinase é acoplada ao sistema hexo - o hipotireoidismo predispõe à enfermidade ca r- q u in a se/glicose 6 -f o s f a t o d e s i d rogenase/NADH. A v a riação na absorvância em 340 nm é medida na a v a liação de CK. Rosalki incluiu um tiol ao rea- H i p e r t i r e o i d i s m o , o s a u m e n t o s da atividade da gente para aumentar a atividade da CK mantendo CK tendem estar nos limites inferiores de valo- os grupos sulfidrílicos na forma reduzida. A modi- fic a ç ã o p r o p o s t a p o r S z a s z é s e n s í v e l e a p r e s e n t a boa precisão e está livre da interferência exercida DETERMINAÇÃO DA CREATINA QUINASE p e l a a d e n i l a t o q u i n a s e . E m q u í m i c a s e c a (DT V i t r o s) o ativador N - a c e t i l c i s t e í n a r e s t a u r a a atividade de CK que inicia a seqüência de reações P a c i e n t e . Se a dosagem tiver por objetivo a ava-
que culminam com a união da H2 O2 e o corante liação de distúrbios da musculatura esquelética, o p a ciente deve evitar exercícios vigorosos durante 24 h. Não ingerir álcool no dia anterior ao teste. Valores de referência para a
S u s p e n d e r a s d r o g a s q u e a f e t a m o s r e s u l t a d o s d a s creatina quinase (U/L)
Amostra. S o r o , p l a s m a (heparinizado) isentos de
hemólise, LCR e l í q u i d o a m n i ó t i c o . Ic terícia e lipemia podem interferir em leituras de absorvân - DETERMINAÇÃO DAS ISOENZIMAS DA CK cias. Em refrigerador e no escuro, as amostras são e s t á v e i s p o r u m a s e m a n a . A – 20 o C c o n s e r v a m-s e A separação eletroforética das isoenzimas da CK, foi um dos métodos mais empregados até recen -temente. Os monômeros M e B possuem diferentes Interferências. F a l s o s r e s u l t a d o s a u m e n t a d o s :
c a r g a s , o q u e p e r m i t e a s e p a r a ç ã o d a s d i f e r e n t e s p r o c e d i m e n t o s i n v a s i v o s e o u t r o s : cateterismo frações. Baseados na carga, também foram desen- cardíaco (com lesão do miocárdio), choque elé - volvidos métodos que utilizam a cromatografia t rico, eletrocauterização, eletromiografia, injeções t r o c a d o r a d e í o n s . E s t a t é c n i c a e s t á e m d e s u s o . 114 Bioquímica Clínica: Princípios e Interpretações
Principalemnte para a CK-MB, foram desen- Bibliografia consultada
v o l v i d o s v á r i o s m é t o d o s i m u n o l ó g i c o s , d e n t r e o s q u a i s , o d e i m u n o i n i b i ç ã o que utiliza anticorpos G R I F F I T H S , P . D . C K -M B : A v a l u a b l e t e s t ? A n n . C l i n .
B i o c h e m . , 2 3 :2 3 8 -4 2 , 1 9 8 6 .
CK-M a n t i-humano para inibir a CK-M M ( a t i v i- H O R D E R , M . , E L S E R , R . C . , G E R H A R D T , W e t a l . dade muscular). A atividade CK restante, que é A p p ro v e d r e c o m m e n d a t i o n o n I F C C m e t h o d s f o r t h e proporcional à atividade da CK -MB, catalisa a m e a su rement of catalytic concentration of enzymes: Part formação da creatina e ATP a partir da creatina 7 . I F C C m e t h o d f o r c r e a t i n e k i n a s e . Eur. J. Clin. Chem.
C l i n . B i o c h e m . , 2 9 :
4 3 5 -5 6 , 1 9 9 1 .
f o s f a t o e A D P . E s t a s r e a ç õ e s s ã o e m p r e g a d a s e m J O N E S , M . G . S W A M I N A T H A N , R . T h e c l i n i c a l b i o c h e m i st r y o f c r e a t i n e k i n a s e . J . I n t . F e d . C l i n .
E n s a i o s d e m a s s a t a m b é m s ã o u s a d o s n a d e - C h e m . , 2 :1 0 8 -1 4 , 1 9 9 0 .
terminação da atividade da CK-M B . A n t i c o r p o s L A N G , H . , W U R Z B U R G , U . C r e a t i n e k i n a s e , n a e n z y m e o f contra a CK-M B s ã o c o v a l e n t e m e n t e l i g a d o s a m a n y f o r m s . C l i n . C h e m . , 2 8 :1 4 3 9 -4 7 , 1 9 8 2 .
u ma superfície sólida. A CK-MB da amostra reage R O S A L K I , S. B. An improved procedure for serum creatine p h o s p h o k i n a s e d e t e r m i n a t i o n . J . L a b . C l i n . M e d . ,
com o anticorpo formando um complexo antígeno- 6 9 :6 9 6 -7 0 5 , 1 9 6 7 .
a n t i c o r p o . U m s e g u n d o a n t i c o r p o c o n j u g a d o c o m ROSALKI, S. B. Low Serum Creatine Kinase Activity. Clin. Chem.,
outra enzima (ex.: fosfatase alcalina) é, então, 44:905. 1998.
adicionado. Assim, forma -se um complexo anti- S Z A S Z , G . , G R U P E R , W . , B E R N T , E . C r e a t i n e k i n a s e i n c o r p o -CK-M B-anticorpo. Após a remoção de anti- s e r u m . I . Determination of optimum reaction conditions. c o r p o s n ã o -l i g a d o s , u m s u b s t r a t o é a d i c i o n a d o C l i n . C h e m . , 2 2 :6 5 0 -6 , 1 9 7 6 .
para reagir com a enzima conjugada ao anticorpo W U , A . H . B . C r e a t i n e k i n a s e i s o f o r m s i n s c h e m i c h e a r t d i s e a s e . C l i n . C h e m . , 3 5 :7 -1 3 , 1 9 8 9 .
para formar um produto detectável, proporcional a atividade da CK-M B p r e s e n t e n a a m o s t r a . Enzimas 115
d e K r e b s . É u m i n d i c a d o r s e n s í v e l d e d o e n ç a h e -pática parenquimatosa. V a l o r e s d e r e f e r ê n c i a : 2 a 13 U/L (37 0 C).
A a l d o l a s e ( A L D ) p e r t e n c e a c l a s s e d a s l i a s e s e n c o n t r a d a s e m t o d a s a s c é l u l a s d o o r g a n i s m o , V a l ores elevados. Cirrose, hepatite (crônica),
m a s p r e s e n t e e m c o n c e n t r a ç õ e s m a i s e l e v a d a s n o infarto pulmonar grave, kwashiorkor, lesões he - músculo esquelético, fígado e cérebro. Em virtude páticas infectadas por bactérias, metástases hepá- d a e l e v a ç ã o d a a l d o l a s e d u r a n t e a d o e n ç a a t i v a d o ticas, mononucleose infecciosa, síndrome de Reye m ú s c u l o e s q u e l é t i c o , s u a a v a l i a ç ã o a j u d a n o a c o m p a n h a m e n t o e e v o l u ç ã o d e c e r t a s d o e n ç a s , como a distrofia muscular progressiva. Valores reduzidos. N e c r o s e h e p atocelular (ma-
ciça).
É necessário pelo menos 30 minutos de re - p o u s o a n t e s d a c o l e t a d a a m o s t r a p a r a e v i t a r a interfe rência da atividade muscular. As amostras devem ser livres de hemólise (os eritrócitos apre - s e n tam 100 vezes mais atividade que o soro). Enzima da membrana plasmática que catalisa a V a l o r e s d e r e f e r ê n c i a : recém-nascidos: <32
hidrólise da maioria dos ribonucleosídios 5’-mo - U/L; crianças: <16 U/L; adultos: 1,0 a 7,5 U/L (30 n o f o s f a t o e d e s o x i n u c l e o s í d i o s 5 ’ -monofosfato em n u c l e o s í d i o s c o r r e s p o n d e n t e s e o r t o f o s f a t o s . Trata-s e d e uma isoenzima da fosfatase alcalina Valores elevados. Doença do músculo esquelé-
e n c o n t r a d a n o p a r ê n q u i m a h e p á t i c o e n a s c é l u l a s tico, principalmente, na distrofia muscular de D u - do ductos biliares. Sua atividade sérica aumenta chenne, dermatomiosit e, polimiosite (no entanto d e 2 a 6 v e z e s e m d o e n ç a s h e p á t i c a s q u e i n t e r f e - são encontrados valores normais na polimielite, rem com a secreção biliar (cálculo, cirrose biliar miastenia grave, esclerose múltipla e enfermid a - etc.). A sua avaliação a j u d a a e s t a b e l e c e r o d ia - des musculares de origem neurogênica), infarto do gnóstico diferencial entre câncer ósseo e hepático, miocárdio, hepatite viral aguda, triquinose, gan - v i s t o q u e a 5 ’ -nucleotidase raramente está elevada grena, tumores prostáticos, alguma s m e t á s t a s e s no câncer ósseo. Quando acoplados com elevação hepáticas, leucemia granulocítica, anemia mega - d a f o s f a t a s e a l c a l i n a , o s n í v e i s d e 5 ’ -nucleotidase loblástica, “delirium tremens” e drogas (acetato de V a l o r e s d e r e f e r ê n c i a : 2 a 17 U/L;
Valores reduzidos. clinicamente insignifican -
t e s .
Valores elevados. Alcoolismo, cirrose, ciru r-
gia, colestase fármaco-i n d u z i d a , d i s f u n ç ã o h e p á -
t ic a , m e t á s t a s e h e p á t i c a e o b s t r u ç ã o e x t r a -h e p á -
Valores reduzidos. Hepatite.
A i s o c itrato desidrogenase (ICD) é uma enzima que catalisa a descarboxilação oxidativa do isoci-t r a t o a o x a l o s s u c i n a t o e α-cetoglutarato no ciclo 116 Bioquímica Clínica: Princípios e Interpretações
l o n g o s , c a u s a n d o a p n é i a q u e p e r d u r a p o r v á r i a s h o r a s . I s to é ocasionado em razão do desequilíbrio D u a s e n zimas tem a capacidade de hidrolizar ace - e l e t r o l í t i c o e d e s i d r a t a ç ã o . M a i s d e 5 0 % d o s p a ci-entes sensíveis à succinilcolina tem anormalidades tilcolina para formar colina e o ácido correspon -dente. Uma é a a c e t i l c o l i n e s t e r a s e o u c o l i n e s t e - geneticamente determinadas na enzima que levam ra se I encontrada nos eritrócitos, pulmões e baço, terminações nervosas e na matéria cinza do cére - V a l o r e s d e r e f e r ê n c i a : 3.500 a 8.500 U/L.
b r o , m a s n ã o n o p l a s ma. É responsável pela rápida hidrólise da acetilcolina liberada nas terminações Valores aumentados. Alcoolismo, câncer de
n e r v o s a s p a r a m e d i a r a t r a n s m i s s ã o d o i m p u l s o mama, síndrome nefrótica, obesidade, hiperlip o - n e r v o s o a t r a v é s d a s i n a p s e . A outra colinesterase é a acilcolina acilhidro - la s e u s u a l m e n t e d e n o m i n a d a pseudocolinesterase Valores reduzidos. Anemias, dermatomiosite,
o u c o linesterase II encontrada no fígado, matéria desnutrição, doença renal crônica, embolia pul- b r a n c a d o c é r e b r o e s o r o ; s u a f u n ç ã o b i o l ó g i c a monar, gravidez tardia, infarto do miocárdio, in - f e c ç õ e s a g u d a s , i n t o x i c a ç ã o p o r i n s e t i c i d a s o r g a - A p s e u d o c o l i n e s t e r a s e é u m a c o l i n e s t e r a s e nofosforados, anticoncepcionais orais, estrogênios e s p e c í f i c a q u e h i d r o l i s a t a n t o é s t e r e s n ã o -colina e d o e n ç a s h e p á t i c a s p a r e n q u i m a t o s a s .

Source: http://www.labclinisul.com.br/artigos/Bioq.Clinica%20-%20Enzimas.pdf

The role of lactobacillus casei rhamnosus lcr35 in restoring the normal vaginal flora after antibiotic treatment of bacterial vaginosis

The role of Lactobacillus casei rhamnosus Lcr35in restoring the normal vaginal flora afterantibiotic treatment of bacterial vaginosisDepartment of Obstetrics and Fetomaternal Medicine, Medical University of Vienna, Vienna, AustriaCorrespondence: Dr A Witt, Department of Obstetrics and Fetomaternal Medicine, Medical University of Vienna, Waehringer Guertel 18-20,1090 Vienna, Austria. Email armin.w

Heimbegehung luitpold _bericht 2 v_ 26.+27.04.2012

Lebenshilfe Bad Tölz-Wolfratshausen Geschäftsleitung Herr Gulder Prof.-Max-Lange-Platz 8 83646 Bad Tölz Vollzug des Bayerischen Pflege- und Wohnqualitätsgesetzes (PfleWoqG); Prüfbericht gemäß PfleWoqG nach erfolgter Anhörung gemäß Art. 28 Bayerisches Verwaltungsverfahrensgesetz (BayVwVfG); Träger der Einrichtung: Lebenshilfe Bad Tölz-Wolfratshausen Geschäftsleitung: Herr

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